quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

José Duarte Coelho


José Duarte Coelho nasceu na Rua do Mel, na Ribeira de Santarém, freguesia de Santa Iria do concelho de Santarém no dia 27 de Dezembro de 1890. Era filho de um proprietário agrícola e daí ter ingressado na Escola de Regentes Agrícolas, curso que não concluiu.

Como a Ribeira de Santarém esteve sempre ligada, aos Caminhos de Ferro, desde a existência destes, talvez por isso, tivesse ingressado nos quadro da Companhia (1909) e já casado é colocado em 1911, no Entroncamento, passando a viver na Rua 5 de Outubro.
Desempenha, então, a função de Chefe de Escritório da 3ª Secção de Via e Obras.

A zona onde se deu o entroncamento ferroviário era desabitada, como na altura convinha, mas aquela posição chave ferroviária obrigou à colocação de pessoal da Companhia para as mais variadas tarefas, pelo que houve necessidade de alojar os funcionários e as suas famílias, desenvolvendo-se, por isso, a construção.

Acontece que a zona estava dividida por dois concelhos, Torres Novas, através da freguesia de Santiago e Vila Nova da Barquinha por intermédia da freguesia de Santa Maria da Atalaia.

Tinha, entretanto, surgido o 28 de Maio de 1926, movimento político militar que tinha instalado a ditadura em Portugal e Duarte Coelho logo a ele se liga, sendo possivelmente uma das razões, já que de outra maneira não seria possível a emancipação da aldeia que se tinha criada e continuava em pleno desenvolvimento. Esta adesão podia também estar relacionada com alguns conhecimentos que tinha de infância de algumas figuras que iam pontificando no “Movimento”.

Três meses depois, usando os seus bons ofícios, consegue a publicação do Decreto nº 12192, de 25 de Agosto, que criava a freguesia do Entroncamento que ficava, como convinha, a pertencer ao concelho de Vila Nova da Barquinha, libertando-se assim da “poderosa” Torres Novas.

Exerceu as funções de Presidente da Junta de Freguesia mais de duas décadas e era notório que o objectivo seguinte, muito mais difícil de realizar, era a mudança da sede de concelho para a já Vila (1932) do Entroncamento ou em alternativa a constituição de um novo concelho, o que vem a acontecer em 24 de Novembro de 1945.

José Duarte Coelho não aceita ser o primeiro presidente da Câmara. Indicando para o cargo Jacinto Marques Agostinho e só quando este se afastou devido a doença, vem a ocupar o lugar em 1947 mantendo-o até 1959.

Foi Inspector-chefe das Oficinas de Creosotagem dos Caminhos de Ferro Portugueses.

Esteve na fundação da Casa dos Pobres (1943), da Comissão Municipal de Assistência (1945) dos Bombeiros Voluntários (1952), do Grupo de Escuteiros (1957) e da Santa Casa da Misericórdia (1959).

Presidiu à Comissão Concelhia da União Nacional e da A.N.P. desde a criação destes organismos políticos.

Administrativamente, além das presidências da Junta de Freguesia e da Câmara do Entroncamento, foi vogal da Junta Distrital de Santarém desde 1960.

Foi agraciado como Oficial da Ordem de Cristo e com a medalha de ouro do concelho do Entroncamento, de que é cidadão honorário.

Faleceu no Hospital do Entroncamento em 15 de Janeiro de 1976.
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Santarém no Tempo, Virgílio Arruda, 1971

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre

“O Entroncamento importante Vila Ribatejana sede de um progressivo concelho”, Vida Ribatejana, Nº Especial de 1964,Dir. Ed. e Prop. de Faustino Nunes Dias, Vila Franca de Xira, p 179.

“O Entroncamento progride vertiginosamente” Vida Ribatejana, Nº Especial de 1965,Dir. Ed. e Prop. de Faustino Nunes Dias, Vila Franca de Xira, p 184.