José Duarte Coelho nasceu na Rua do Mel, na Ribeira de
Santarém, freguesia de Santa Iria do concelho de Santarém no dia 27 de Dezembro
de 1890. Era filho de um proprietário agrícola e daí ter ingressado na Escola
de Regentes Agrícolas, curso que não concluiu.
Como a Ribeira de Santarém esteve sempre ligada, aos
Caminhos de Ferro, desde a existência destes, talvez por isso, tivesse
ingressado nos quadro da Companhia (1909) e já casado é colocado em 1911, no
Entroncamento, passando a viver na Rua 5 de Outubro.
Desempenha, então, a função de Chefe de Escritório da 3ª
Secção de Via e Obras.
A zona onde se deu o entroncamento ferroviário era
desabitada, como na altura convinha, mas aquela posição chave ferroviária
obrigou à colocação de pessoal da Companhia para as mais variadas tarefas, pelo
que houve necessidade de alojar os funcionários e as suas famílias,
desenvolvendo-se, por isso, a construção.
Acontece que a zona estava dividida por dois concelhos,
Torres Novas, através da freguesia de Santiago e Vila Nova da Barquinha por
intermédia da freguesia de Santa Maria da Atalaia.
Tinha, entretanto, surgido o 28 de Maio de 1926, movimento
político militar que tinha instalado a ditadura em Portugal e Duarte Coelho
logo a ele se liga, sendo possivelmente uma das razões, já que de outra maneira
não seria possível a emancipação da aldeia que se tinha criada e continuava em
pleno desenvolvimento. Esta adesão podia também estar relacionada com alguns
conhecimentos que tinha de infância de algumas figuras que iam pontificando no
“Movimento”.
Três meses depois, usando os seus bons ofícios, consegue a
publicação do Decreto nº 12192, de 25 de Agosto, que criava a freguesia do
Entroncamento que ficava, como convinha, a pertencer ao concelho de Vila Nova
da Barquinha, libertando-se assim da “poderosa” Torres Novas.
Exerceu as funções de Presidente da Junta de Freguesia mais
de duas décadas e era notório que o objectivo seguinte, muito mais difícil de
realizar, era a mudança da sede de concelho para a já Vila (1932) do
Entroncamento ou em alternativa a constituição de um novo concelho, o que vem a
acontecer em 24 de Novembro de 1945.
José Duarte Coelho não aceita ser o primeiro presidente da
Câmara. Indicando para o cargo Jacinto Marques Agostinho e só quando este se
afastou devido a doença, vem a ocupar o lugar em 1947 mantendo-o até 1959.
Foi Inspector-chefe das Oficinas de Creosotagem dos Caminhos
de Ferro Portugueses.
Esteve na fundação da Casa dos Pobres (1943), da Comissão
Municipal de Assistência (1945) dos Bombeiros Voluntários (1952), do Grupo de
Escuteiros (1957) e da Santa Casa da Misericórdia (1959).
Presidiu à Comissão Concelhia da União Nacional e da A.N.P.
desde a criação destes organismos políticos.
Administrativamente, além das presidências da Junta de
Freguesia e da Câmara do Entroncamento, foi vogal da Junta Distrital de
Santarém desde 1960.
Foi agraciado como Oficial da Ordem de Cristo e com a
medalha de ouro do concelho do Entroncamento, de que é cidadão honorário.
Faleceu no Hospital do Entroncamento em 15 de Janeiro de
1976.
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Santarém no Tempo,
Virgílio Arruda, 1971
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre
“O Entroncamento importante Vila Ribatejana sede de um
progressivo concelho”, Vida Ribatejana,
Nº Especial de 1964,Dir. Ed. e Prop. de Faustino Nunes Dias, Vila Franca de
Xira, p 179.
“O Entroncamento progride vertiginosamente” Vida Ribatejana, Nº Especial de
1965,Dir. Ed. e Prop. de Faustino Nunes Dias, Vila Franca de Xira, p 184.