Conhecida, devido à profissão que abraçou e dignificou,
simplesmente por Actriz Virgínia.
Nasceu em 19 de Março de 1850 na Rua da Levada em Torres Novas. Era
filha mais nova de um casal humilde de viúvos e talvez, por isso, foi criada
por uma tia.
Foi o seu padrinho, frequentador dos teatros da capital, que
um dia a levou a assistir a um espectáculo. Conhecedor das coisas do palco,
foi-lhe fácil descobrir o seu talento ao ouvi-la representar o que vira,
reproduzindo frases, cantando e dançando.
Estreou-se aos 16 anos no teatro do Príncipe Real na comédia
“Mocidade e Honra” onde revelou logo grande vocação para esta variante da arte.
Uma das suas vabtagens era possuir uma extraordinária voz.
Trabalhou naquele teatro dirigida por César de Lima e sob a
sua direcção são extraordionários os progressos que obtém. Passando este para o
Teatro D. Maria II, leva consigo Virgínia para ocupar o lugar vago pela morte
de Manuel Rey.
Depois desta experiência vai como sócia para o Teatro da
Trindade onde ocupa o primeiro lugar de dama dramática. Mas não é aí que acaba
a sua carreira profissional, pois voltou ao D. MariaII, onde termina a
carreira.
Faz digressões ao Brasil onde é muito apreciada, chegando
uma vez a ser chamada 27 vezes ao palco e recebida com estrondosa salva de
palmas.
Muitas foram as peças representadas, contam-se entre
outras:“Princesa de Bagdad”, “A Estrangeira”, “Os Sabichões”,”Peraltas e
Sécias”, “Os Velhos”, Frei Luís de Sousa e “Leonor Teles”.
Foi esposa do actor Ferreira da Silva de quem estava
divorciada quando faleceu.
Faleceu a 19 de Dezembro de 1922, em Lisboa, ficando
sepultada no Jazigo dos Artistas Dramáticos, no Cemitério dos Prazeres.
Em meados de 1866 é criada pelo Montepio dos Artífices, o
Teatro Torrejano, inaugurado em 29 de Abril de 1877 que em 1895 e em homenagem
à torrejana actriz Virgínia, passa a ter o seu nome.
Mais tarde e com a introdução do cinema e por volta de 1913,
passa a designar-se Cine-Teatro Virgínia.
Devido ao seu estado de conservação e à sua localização, o
Montepio procedeu à construção de um novo edifício, que veio a ser inaugurado
em 1956 e passou a constituir o novo “Virgínia”.
A Câmara Municipal adquiriu o imóvel em 2001.
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Lello Universal – Dicionário Enciclopédico Luso –
Brasileiro, Vol. II, Porto, 1975.