terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Virgínia Dias da Silva



Conhecida, devido à profissão que abraçou e dignificou, simplesmente por Actriz Virgínia.

Nasceu em 19 de Março de 1850 na Rua da Levada em Torres Novas. Era filha mais nova de um casal humilde de viúvos e talvez, por isso, foi criada por uma tia.

Foi o seu padrinho, frequentador dos teatros da capital, que um dia a levou a assistir a um espectáculo. Conhecedor das coisas do palco, foi-lhe fácil descobrir o seu talento ao ouvi-la representar o que vira, reproduzindo frases, cantando e dançando.

Estreou-se aos 16 anos no teatro do Príncipe Real na comédia “Mocidade e Honra” onde revelou logo grande vocação para esta variante da arte. Uma das suas vabtagens era possuir uma extraordinária voz.

Trabalhou naquele teatro dirigida por César de Lima e sob a sua direcção são extraordionários os progressos que obtém. Passando este para o Teatro D. Maria II, leva consigo Virgínia para ocupar o lugar vago pela morte de Manuel Rey.

Depois desta experiência vai como sócia para o Teatro da Trindade onde ocupa o primeiro lugar de dama dramática. Mas não é aí que acaba a sua carreira profissional, pois voltou ao D. MariaII, onde termina a carreira.

Faz digressões ao Brasil onde é muito apreciada, chegando uma vez a ser chamada 27 vezes ao palco e recebida com estrondosa salva de palmas.

Muitas foram as peças representadas, contam-se entre outras:“Princesa de Bagdad”, “A Estrangeira”, “Os Sabichões”,”Peraltas e Sécias”, “Os Velhos”, Frei Luís de Sousa e “Leonor Teles”.

Foi esposa do actor Ferreira da Silva de quem estava divorciada quando faleceu.

Faleceu a 19 de Dezembro de 1922, em Lisboa, ficando sepultada no Jazigo dos Artistas Dramáticos, no Cemitério dos Prazeres.

Em meados de 1866 é criada pelo Montepio dos Artífices, o Teatro Torrejano, inaugurado em 29 de Abril de 1877 que em 1895 e em homenagem à torrejana actriz Virgínia, passa a ter o seu nome.

Mais tarde e com a introdução do cinema e por volta de 1913, passa a designar-se Cine-Teatro Virgínia.

Devido ao seu estado de conservação e à sua localização, o Montepio procedeu à construção de um novo edifício, que veio a ser inaugurado em 1956 e passou a constituir o novo “Virgínia”.
A Câmara Municipal adquiriu o imóvel em 2001.

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Lello Universal – Dicionário Enciclopédico Luso – Brasileiro, Vol. II, Porto, 1975.