Nuno Morais Beja nasceu em
Santarém em 10 de Fevereiro de 1890, possivelmente, quando seu pai, António
Augusto de Matos Sarmento Beja, casado com D. Inês Amélia de Morais, aqui
exerceu funções de chefia como funcionário de Fazenda.
Veio a casar em Águeda com D.
Maria Antónia da Silva Pinto.
A família de Nuno Beja não tem
raízes em Santarém mas sim no Norte do país.
Seguiu a carreira militar e foi
promovido a capitão do exército em 1941.
Homem muito dedicado às letras,
leccionou na Escola Central de Sargentos, em Águeda, durante muitos anos.
Livros, articulista abordando
vários temas, nomeadamente sobre literatura e história, foi colaborador de
variadíssimos jornais regionais e nacionais, tal como revistas, não só em
Portugal como no estrangeiro.
Desde 1920 que presta assídua
colaboração aos jornais da sua região natal e de outras, pois como estudioso e
culto tinha sempre assuntos de grande interesse para abordar.
Era sócio correspondente do
Centro de Estudos Literários da Universidade de Guiaquil (Equador) e sócio
correspondente da Associação de Intercâmbio Cultural de Guiratinga (Brasil).
Na cidade de Coimbra, foi sócio
fundador da Associação dos Jornalistas e membro da Sociedade de Defesa e
Propaganda e foi o promotor da homenagem prestada à memória do poeta, Manuel da
Silva Gaio, em 1938. A
ele se juntaram Antero de Figueiredo, Eugénio de Castro e outros.
Foi, igualmente, brilhante
conferencista, ficando na memória a conferência que realizou em 27 de Setembro
de 1953, no aniversário da Batalha do Buçaco sobre as guerras napoleónicas em
Portugal.
Na sua bibliografia contam-se:
Palavras Simples, 1922; Esboço
de Uma Bibliografia Portuguesa da Grande Guerra, 1922; Nas asas da glória, 1922; Nove
de Abril, 1925; Bolívar (em
português, com versão castelhana do Dr. José de La Quadra , Razão da Semana
Militar, 1935; Coimbra da Poesia e da
Lenda, 1937; A Língua, Vínculo Eterno,
1942; Património Intelectual, 1953; Evocação de Bolívar, 1959.
Traduziu alguns autores da
América Central para português.
Deu conferências do Norte a Sul
do país, principalmente nas grandes cidades.
A nível de imprensa regional,
colaborou no Correio do Ribatejo de
Santarém, Vida Ribatejana de Vila Franca de Xira, Notícias do Cartaxo do Cartaxo, Chamusca
Nova da Chamusca, O Debate de
Santarém, A Gazeta do Ribatejo, Ribatejo Ilustrado e O Rio-maiorense de Rio Maior.
Fora do Ribatejo,deu a sua
valiosa ajuda a O Arrifanense de
Arrifana da Feira, O Castanheirense de Castanheira de Pêra, Voz de Coimbra de Coimbra, Correio da Beira e Bola de Neve da Guarda, O
Figueirense, da Figueira da Foz, entre outros.
Em jornais diários, entre outros,
colaborou no Diário da Manhã, República, Diário de Lisboa e Diário de Coimbra.
Vários jornais do estrangeiro
mereceram a sua valiosa colaboração e entre as revistas portuguesas e estrangeiras
não se pode esquecer a Revista Militar.
O Capitão Nuno Beja faleceu em
1966.
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Santarém no Tempo, Virgílio Arruda, 1971.
"Capitão Nuno Beja", Vida Ribatejana, Joaquim Veríssimo Serrão,
número especial de 1960, p. 153-154.