terça-feira, 31 de dezembro de 2013

António de Saldanha e Sousa


De seu nome completo, António de Saldanha de Oliveira de Juzarte e Sousa, nasceu na Quinta da Azinhaga, propriedade da família, em 16 de Novembro de 1776, sendo filho de D. João Vicente de Saldanha Oliveira e Sousa Juzarte Figueira e de D. Maria Amália de Carvalho Daun, 1ºs Condes de Rio Maior.

Casou com D. Leonor Ernestina de Carvalho Daun e Lorena, a 16 de Novembro de 1806, filha dos 3ºs Marqueses de Pombal e 1ºs Condes da Redinha de que houve geração.

Sendo o filho primogénito, herdou o título (decreto de 7 de Junho de 1804) e a grande casa de seus pais e foi o 17º administrador do Morgado de Oliveira.

Frequentou o Colégio dos Nobres e obteve o grau de bacharel em Leis na Universidade de Coimbra.

Moço fidalgo, gentil-homem, fez parte da câmara de D. João VI. Grã-Cruz das Ordens de Santiago de Espada e de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e Comendador da Ordem de Cristo.

Assentou praça como cadete em 1800 no Regimento de Infantaria 4 e já capitão foi ajudante de campo do General Gomes Freire de Andrade durante a campanha militar de 1801.

No posto de Coronel, comanda o Regimento de Voluntários Reais de Milícias a Pé, de Lisboa Oriental, mas em 1807 com as Invasões Francesas acompanha a família real na qualidade de gentil-homem, na sua retirada para o Brasil, regressando com ela em 1821.

Após a Vilafrancada, movimento militar que tinha por cabeça o Infante D. Miguel, é incumbido de ir ao Brasil, juntamente com Francisco José Vieira, levar uma carta de D. Afonso VI para seu filho D. Pedro, já declarado Imperador daquele país e a sua nora, a princesa (imperatriz) D. Maria Leopoldina. A corveta que os levava não pode fundear no porto de Rio de Janeiro com a bandeira portuguesa desfraldada e foi obrigada a fundear debaixo de ponto de tiro das baterias. O Conde a muito custo consegue o envio das cartas aos seus destinatários, mas são devolvidas sem sequer serem abertas, tudo isto porque Portugal ainda não tinha reconhecido a independência daquela antiga colónia.

O Conde de Rio Maior procurou por todos os seus meios ser recebido por D. Pedro que sempre o recusou, ficando a corveta apresada seguindo os dois emissários para a Europa noutro navio.

Ao regressar a Portugal depois desta difícil e falhada missão é-lhe cometida outra, igualmente difícil, ou seja, acompanhar o Infante D. Miguel a Viena de Áustria desterrado para ali depois da Abrilada.

Com um Infante daquele temperamento, as coisas que certamente não teriam decorrido como desejava e com isso acaba por agravar os seus sofrimentos, falecendo naquela cidade a 3 de Março de 1825.

Sucedeu-lhe o título e na casa como 3º Conde de Rio Maior, D. João de Saldanha Oliveira Juzarte Figueira e Sousa.
 
Antigo Palácio dos Saldanhas em Santarém. Foto JV, 2010
Segundo o Portugal Sacro – Profano, II Parte, Paulo Dias de Niza, Lisboa, 1768, a Várzea, freguesia do Patriarcado te, por orago Nª Sª da Conceição. O Pároco é cura da apresentação do Prior de S. Martinho de Santarém, rende um moio de trigo, uma pipa de mosto, dois cântaros de azeite e 3600 réis em dinheiro que paga o Comendador, o Morgado de Oliveira.

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Enciclopédia Histórica de Portugal, (Dir. de Duarte de Almeida), Vol. 11, João Romano Torres & Cª, 1938.

Dicionário Corográfico de Portugal Continental e Insular, Américo Costa, Vol X, Livraria Civilização, Porto, 1948, p 342.

Portugal Antigo e Moderno – Dicionário... , Augusto Soares Barbosa d `Azevedo Pinho Leal, Vol VIII, Lisboa, 1878, p 202, 203.

http://www.aatt.org/site/índex.php?op=Núcleo&id=1674

htt://rio-maior-cidadania.blogspot,pt/2010/05/os-condes-e-marqueses-de-rio-maior.html