Pedro dos Santos Oom do Vale
nasceu em Santarém a 24 de Junho de 1926, mas aos 2 anos acompanha a família
que vai para Setúbal onde se manteve até aos 11, idade em que vai para Lisboa.
Poderá dizer-se que Pedro Oom é
um scalabitano quase por acidente, pois os seus pais, possivelmente, teriam
passado por esta cidade devido à profissão de seu pai.
O interesse do pai para o seu
ingresso no Colégio Militar frustrou-se, pelo que admito que teria uma carreira
militar e daí a passagem esporádica por Santarém.
A vocação do jovem não estava
virada para essa actividade e acaba por ingressar na Escola de Artes
Decorativas António Arroio onde conhece entre outros, Júlio Pomar, Vespeira,
Mário Cesariny e Cruzeiro Seixas.
Inicialmente aderiu ao neo-realismo,
mas na década de 40 encontrava-se na corrente surrealista.
Foi o mentor teórico do Abjeccionismo e o autor do manifesto
redigido em 1949.
Falecendo
o pai, aos 24 anos ingressa nos quadros do Instituto Nacional de Estatística, afastando-se
de toda a actividade artística e literária ligada ao surrealismo.
Em substituição desta actividade,
dedica-se com entusiasmo ao xadrez onde se distinguiu.
Em 1962 cessa funções no INE mas dois anos depois ingressa no
Ministério da Educação onde se dedicou a estudos de estatística sobre o ensino.
Enquanto uns afirmam que faleceu
num restaurante no dia 26 de Abril de 1974, quando comemorava os acontecimentos
do dia anterior com alguns amigos próximos, José Jorge Letria dá-o como falecido
no dia 30, vítima de ataque cardíaco no aeroporto da Portela no regresso do
exílio em Paris de José Mário Branco, Luís Cília e Álvaro Cunhal.
Só em 1980 a sua obra literária
(poética e panfletária) alicerçada no surrealismo, dispersa por jornais e
revistas, foi reunida e publicada em dois volumes (Actuação Escrita).
Pedro Oom que tinha conhecimento
das reuniões preparatórias do golpe militar do 25 de Abril, tinha projectado
com outros camaradas viver numa comuna e serem auto-suficientes, chegando a
visitar terrenos no Ribatejo. O utópico projecto morreu com ele.
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N.B. Tenho encontrado com
muita frequência na bibliografia temática a indicação de naturais de Santarém,
o que muitas vezes verifico não ser verdade, uns de tempos recuados que não
posso confirmar e outros de tempos relativamente recentes que tiveram o seu
nascimento noutras terras. Possuo um grupo relativamente numeroso que ainda não
consegui identificar onde nasceram.