sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Duarte Ferreira



Eduardo Duarte Ferreira foi um grande empresário metalúrgico que nasceu em Tramagal (Abrantes) em 10 de Fevereiro de 1856 e que faleceu em 21 de Abril de 1948.

Originário de família muito pobre, não teve condições para fazer a então 4ª classe, apesar de ter aprendido a ler e a escrever.

Era considerado pelos seus conterrâneos como um indivíduo de “fraca inteligência” pelo que teve de ir aprender um ofício em terra alheia, o que fez no Rossio ao Sul do Tejo, tendo escolhido a arte de ferreiro.

Aos 26 anos de idade consegue realizar um dos sues sonhos, montar uma oficina de ferreiro, a que chamou “A Forja”. Esta oficina dedicou-se ao fabrico de alfaias agrícolas, principalmente charruas, que se espalharam por todo o país alcançando mesmo o país vizinho, principalmente a raia. O negócio veio a desenvolver-se tornando-se numa das maiores unidades industriais do país.

Naturalmente que nem tudo foram rosas e em 1900 a situação estava muito delicada e foi a esposa que resolveu a situação entregando-lhe 300 mil réis que tinha amealhado sem o conhecimento do marido.

Ferreira Duarte questionou-a pelo facto de ter tanto dinheiro em casa, defendendo a sua máxima que o dinheiro não é para estar parado.

Em 1920, a firma instala-se junto à linha do caminho de ferro da linha da Beira Baixa e passa a designar-se “Grande Fábrica de Metalúrgica”, empregando já 250 operários.

O empreendorismo de Duarte Ferreira não para e três anos depois transforma a firma numa sociedade por quotas, passando a designar-se Duarte Ferreira & Filhos, continuando a expandir-se e a modernizar-se, criando mesmo um laboratório químico e metalúrgico para investigação e ensaio de materiais. Foi criado também um sistema de segurança social para protecção dos seus funcionários.

A Firma passa em 1933/34 ao fabrico de enfardadeiras, debulhadoras e de caixas de lubrificação para eixos de locomotivas a gasogénios para automóveis.

Mais uma mudança se dá na firma e em 1947 passa a ser designada por Metalúrgica Duarte Ferreira, SARL.

Em 1927, Eduardo Duarte Ferreira foi condecorado pelo Presidente da República, Marechal Óscar Carmona, com a Comenda de Mérito Agrícola e Industrial, tendo-se deslocado propositadamente à Vila do Tramagal para o efeito.

A partir da sua morte a sociedade passa por diversas transformações até à sua falência ocorrida em meados dos anos noventa, o que já não faz parte desta nota biográfica.

No Miradouro da Penha foi construído um pequeno monumento homenageando-o que engloba o seu busto.

A toponímia local regista o seu nome.

Diz-se, e parece ser um facto que houve uma altura em que 95% da povoação do Tramagal vivia da sua fábrica.
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Wikipédia, a enciclopédia livre
“O Comendador Eduardo Duarte Ferreira - Um grande Ribatejano, Um grande Português,” J,M, Carvalho Henriques, revista Vida Ribatejana, Vila Franca de Xira, 1960, p. 88.
Jornal O Mirante de 15 de Fevereiro de 2006.