quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Escola dos Combatentes - 4ª classe do ano 1948/49. Prof. Agnelo da Silva Lázaro



TENTATIVA DE IDENTIFICAÇÃO
(1) – Braga, (2) Hernâni, (3) Adelino, (4) Bretes, (5) Joãozinho, (6) Neto, (7) Lázaro, (8) Carlos, (9) Cadima, (10) João, (11) Pacheco, (12) Mário Leal, (13) Óscar, (14) N.N. das Ómnias, (15) Neves Trindade, (16) António Miguel, (17) Virgílio Cardoso, (18) José Torgal, (19) Minderico, (20) Vicente, (21) Capelo, (22) Serralha, (23) Orlando, (24) Júlio Leal, (25) Vale, (26) Carlos Mariano, (27) Emídio, (28) Cascalheira, (29) Gaivoto, (30) Francisco, (31) NN, (32) NN, (33) Lúcio, (24) F. Trindade, (35) José, (36) Romão, (37) Renato, (38) Vítor Vasconcelos, (39) Júlio Cruz, (40) Silas, (41) Pedro, (42) Faustino, (43) Rui, (44) Joaquim José.

E a figura magistral do professor Agnelo (vulgo Bintóito entre os alunos e não só devido à sua pronúncia de origem) que neste ano teve pelo menos 46 anos visto na fotografia e que eu me lembre, faltam o Rogério Soares e o José Joaquim, irmão gémeo do (44) Joaquim José.

Que eu saiba, já não estão entre nós seis mas possivelmente serão mais pois grande parte nunca mais vi e desconheço o seu percurso.

O professor Agnelo, natural de Celorico da Beira era uma grande figura pela sua estatura mas principalmente pelo seu porte. Trabalhador incansável, pelas suas mãos passaram gerações de escalabitanos que penso nunca o terão esquecido pela educação e conhecimentos que a todos ministrou. Além disso era um democrata nunca se enfeudando ao regime vigente.

Após a aposentação regressou ao seu concelho de origem.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Na Associação Académica de Santarém foi inaugurada uma Sala de Leitura

Pequena nota
Na pequena nota biográfica que o autor deste blogue apresenta, diz-se que na sua juventude fez parte da redacção do Jornal Mural da Associação Académica de Santarém (…)
Dando voltas procurando determinado apontamento, veio-me parar às mãos este recorte do há muito desaparecido Jornal do Ribatejo, datado de 6 de Agosto de 1959, por isso com 52 anos de existência e no qual se faz referência ao Jornal Mural e à inauguração de uma nova sala de leitura que recebeu o nome Professor Joaquim Veríssimo Serrão.Lembro-me perfeitamente do acontecimento e até do breve diálogo com o ILUSTRÍSSIMO SANTARENO que identificou com rapidez a minha família tanto paterna, como materna.

Significa isto que eu pelo menos há 52 anos já andava metido nas coisas de escrevinhar.

Pouco depois tive de interromper a minha colaboração visto ter dado início à minha vida profissional e numa terra distante.Foi com alguma emoção que reli as palavras que J.M. escreveu e resolvi partilhá-las com os meus visitantes/leitores.


JV




Na passada semana, na sede da Associação Académica de Santarém, numa festa de carácter íntimo mas de muito significado, foi inaugurada a Sala Professor Doutor Joaquim Veríssimo Serrão, antigo Presidente da Direcção daquele prestigiosa colectividade e actual leitor de português da Universidade de Toulouse, em França.

Tal iniciativa deve-se à Direcção do “Jornal Mural da A.A.S.” a que preside o académico Joaquim da Silva Ramalho que tem como principais colaboradores, Vítor Carvalho e Ascenção Nunes. Este jornal de parede que há quase um ano aparece semanalmente, inclui secções de arte, literatura, poesia, desporto, humorismo, biografia, teatro, etc.

Ao acto assistiram, além do corpo redactorial do semanário, o Presidente da A.A.S., Sr. Joaquim Graça, os Vice-Presidentes, Srs. Carlos Perdigão e Carlos Ribeiro, o Tesoureiro, Sr. Guilherme Ferreira, Sr. José de Freitas pela Secção Cultural e muitos académicos da velha e nova geração.

O Sr. Joaquim Ramalho dirigiu ao Sr. Dr. Serrão palavras de reconhecimento pela honra que deu aos novos daquela casa em aceitar o seu convite e afirmou o propósito de todos aqueles que trabalharem naquela sala, em honrar o nome de tão grande scalabitano e ilustre académico. Agradece ainda o apoio incondicional que a Direcção da A.A. tem dispensado a todas as suas iniciativas, depois do que convida o Dr. Veríssimo Serão a descerrar a lápide comemorativa.

O homenageado dirigiu em seguida palavras de sincero agradecimento aos promotores daquela festa, afirmando-lhes que, o facto de juntar o seu nome àquela actividade cultural, o comovia profundamente. Considero tal iniciativa, disse, “um acto de amizade e de traição amiga, pois só a amizade justifica ser o meu nome alguma coisa que possa servir de estímulo aos vossos propósitos”. Afirmou em seguida poderem os rapazes do jornal, contar, de futuro, com a sua ajuda e o seu conselho amigo e deu algumas sugestões para números seguintes. Disse que era necessário transcender as funções iniciais do Jornal Mural, de molde a procurar que ele chegasse às mãos de todos os sócios, da cidade, como elemento informativo e de primordial importância para a actividade cultural da Associação Académica.

Encerrou a sessão o Sr. Joaquim Graça, Presidente da Direcção, que se congratulou com o significado daquela interessante festa, cuja iniciativa desconhecia até há pouco mas a que logo deu imediato aprovo, verifica com prazer, que aquele grupo de jovens estudantes, ao escolherem o nome do Dr. Veríssimo Serrão para padrinho daquela Sala, mostraram, de maneira bastante evidente, o inegável amor pela Associação, por Santarém e pelos seus mais ilustres filhos. Ele e a Direcção ali presente estariam sempre dispostos a secundar com o maior interesse todas as iniciativas que se destinassem igualmente a valorizar, por qualquer forma, as tradições culturais ou artísticas daquela colectividade académica.

J. M.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Martim de Ocem



Era filho mais velho do Dr. Gil de Ocem, chanceler-mor do Reino, que foi como embaixador a Castela, em 1371 para confirmação das pazes feitas entre D Henrique II de Castela e D. Fernando I de Portugal e de D. Brites Anes Nogueira.

O nome de família aparece designado por Ocem, Docem ou d
o Sem, pelo menos foram estes que encontrámos.

Veio a casar com D. Maria da Cunha, filha de Gil Vasques da Cunha, Alferes-mor do Reino e de D. Joana (ou Isabel) Pereira.

Doutor em Leis, do Conselho de D. João I e seu chanceler-mor e igualmente do Conselho do infante D. Duarte, seu filho, e governador da sua casa.

Tomou parte na conquista de Ceuta e sendo então armado cavaleiro.

Era considerado pelo rei D. João I pessoa de muito saber e por isso muito estimado e encarregado de missões diplomáticas importantes.

Foi enviado em 1400 como embaixador a Henrique de Castela, a fim de cimentar as pazes entre os dois reinos. Devido a dificuldades surgidas nas negociações e em que D. Henrique era representado pelo Cardeal de Avinhão, vem a Lisboa para receber conselhos, acertar detalhes e concluir as negociações que vieram a ter lugar em Segóvia tendo originado tréguas por um período de 10 anos.

Em 1404 D. João I envia-o novamente como seu embaixador a Londres para ratificar a aliança com Henrique IV que tinha sucedido a Ricardo II de que se saiu com êxito.

Volta a Inglaterra no ano seguinte para tratar do casamento de D. Brites, filha bastarda de D. João I, com D. Tomás, Conde de Arundel, o que se veio a firmar em 7 de Fevereiro daquele ano.

É enviado por várias vezes como embaixador a Castela no sentido de tratar novamente de pazes que vieram a ter lugar mais tarde.

Martim de Ocem assiste em Coimbra, a 4 de Novembro de 1428, como testemunha, ao casamento do Príncipe D. Duarte, depois rei de Portugal e de D. Leonor de Aragão.

Testemunhou em primeiro lugar no documento que se passou dos desposórios da infanta D. Isabel, irmã de D. Duarte, com Filipe, duque de Borgonha, por seus procuradores, em Lisboa no ano de1429.

D. João I contemplou-o no seu testamento com várias mercês devido aos valiosos serviços prestados.



João de Ocem, seu sobrinho, filho de sua irmã D. Isabel de Ocem e de Álvaro Fernandes de Almeida, alcaide-mor de Torres Novas, tomou este apelido pelo morgado que herdou de seu tio falecido em 27 de Fevereiro de 1431 e foi sepultado na igreja do convento de S. Domingos, em Santarém e na capela de S. Pedro, que se situava à esquerda da capela-mor. Também aqui se encontravam os túmulos de seu pai, Gil de Ocem e de seu sobrinho, João de Ocem.

[Desaparecida Igreja do Convento de S. Domingos, em Santarém]

Com a demolição da Igreja por volta de meados dos anos 70 do século XIX, os três túmulos foram colocados na Igreja da Piedade e foram expostos no Museu de São João de Alporão em 1889, onde ainda se encontram. A divisa dos Ocem era faze, teu dever
e que se encontra esculpida em caracteres góticos na arca tumular jacente do Dr. Martim de Ocem..

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Portugal – Dicionário Histórico (...) Ed. em papel de João Romano Torres, 1900-1915 – Ed. electrónica de Manuel Amaral, 2000 – 2010.

Santarém – Princesa das Nossas Vilas, A. Areosa Feio, Editor: J. Cardoso da Silva, Santarém, MCMXXIX

Santarém – História e Arte, Joaquim Veríssimo Serrão, 2ª Edição, 1959

História e Monumentos de Santarém, Zeferino Sarmento, 1993

S. João de Alporão – Na História, Arte e Museologia, Edição da Câmara Municipal de Santarém, 1994