sexta-feira, 27 de julho de 2012

Álvaro Nunes

Judeu, dizem que natural de Santarém onde teria nascido por meados do século XVI.

Para não desdizer a sua religião foi obrigado a exilar-se.

Acompanhou o Arquiduque Alberto, da Áustria como seu físico (médico) – mor, depois deste ter entrado em Lisboa como governador do Reino, em nome de Filipe I.

Na Flandres goza de grande reputação sendo aclamado professor de Medicina.

Era feliz nas curas que realizava e por isso nele brilhavam os conhecimentos científicos que tinha adquirido.

Os seus méritos repartiam-se ainda pelo conhecimento das línguas clássicas, filosofia, matemática e história.

Comentou em 1574 uma obra do médico espanhol, Francisco Arceu, um dos mais considerados médicos no século XVI.

O Prof. Doutor J. Veríssimo Serrão coloca-o entre as dez maiores figuras que nasceram em Santarém.

Faleceu em Antuérpia em 1603.

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Mapa de Portugal, João Bautista de Castro, 1763

Monumentos e Lendas de Santarém, Zephyrino N. O. Brandão. Lisboa, 1883

Santarém no Tempo, Virgílio Arruda, 1971

Páginas da História de Santarém, Joaquim Veríssimo Serrão, I Volume, Lisboa, 2008

O Grande Livro dos Portugueses Esquecidos, Joaquim Fernandes, Círculo dos Leitores / Temas e Debates, 2008

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Gregório Rodrigues Fernandes



Nasceu na vila ribatejana de Salvaterra de Magos em 4 de Janeiro de 1849.

Foi muito jovem para Lisboa onde estudou no Colégio de Santo Agostinho. Faz depois no Porto os preparatórios na Academia Politécnica.

Regressa a Lisboa para frequentar a Escola Médico-Cirúrgica onde se forma com distinção em 1873 (?) apresentando a tese As Ressecções e a Sua Importância Cirúrgica.

No Hospital de S. José é nomeado cirurgião do banco, passando a extraordinário em 1883 e a director de enfermaria do de S. Francisco em 1888.

Muito estudioso, andou sempre na vanguarda da ciência médica praticada na época, sendo considerado um excelente cirurgião.

Era grande amigo do não menos conhecido Dr. Sousa Martins, que era visita de sua casa e a cuja morte assiste.

Publicou vários trabalhos, entre os quais “A Patogenia da Febre Traumática, (1875)” e “Glaucoma e Recessão do Joelho” (1877). Este último trabalho relata uma intervenção altamente apreciada, sendo ele o primeiro cirurgião a realizá-la em Portugal. Contudo, o maior êxito foi alcançado em 1892, com o tratamento e extracção de tumor do útero e ovários.

Exerceu as funções de Delegado de Saúde de Lisboa e foi o 27º Presidente da Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa, (1903 – 1905).

Faleceu em Lisboa no dia 24 de Julho de 1906.

Foi pai de dois brilhantes médicos.

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Boletim da Junta de Província do Ribatejo, 1937 – 1940.

Quem é Quem – Portugueses Célebres, (Coord. Leonel de Oliveira) Círculo de Leitores, 2008.



domingo, 15 de julho de 2012

A Escola dos Combatentes [2]


Já apresentei aqui e incluída na rubrica Memórias do Meu Bairro a fotografia na minha 4ª classe [1948/49] realizada na escola que inaugurei com os meus colegas vindo transferido da do Pereiro, da velhinha que destruíram.

Talvez devido a essa publicação e a muitas referências que este  blogue faz a este já velhinho bairro da cidade, fui contactado de França por um antigo morador do Meu Bairro que também fez lá a sua 4ª classe e que está há muito radicado naquele país encontrando-se na situação de reforma.

Este grupo de 40 elementos, como eram as turmas de então, foram alunos do prof. Agnelo da Silva Lázaro que igualmente foi meu professor. No ano seguinte à minha 4ª classe, iniciaram estes a 1ª com o professor Agnelo, vulgo entre os alunos Bintóito, devido à sua pronúncia de beirão que nunca perdeu. Esta fotografia representa a 3ª classe.

É graças à amabilidade do meu amigo Carlos Isidoro que a posso publicar com a identificação que fez passados tantos anos o que motivou algumas falhas e interrogações absolutamente naturais.

O nº 1 é o José Pinto, 2-Narciso, 3- Quim Fontes, 4- Coelho, 5-Matos, 6-Luís Filipe, 7-Ernesto, 8. CARLOS ISIDORO, por alcunha o “pcanino”, 9-Manuel Castro, 10-Rui de Oliveira, 11-Branco, 12- por alcunha o Tejo, 3-Salvador, 14 – Samouco, 15-Hilário da Rampa, 16 – Faia, 17- Valdemar, 18- Conde (dos cestos), 19- Manuel José, irmão do Maroca, 20 – Caiado, 21- (não identificado), 22- Conceição, 23 (não identificado), 24- Ramiro, 25-Mariano, 26- Plaza, 27- Valente, 28 – Defensor, da ribanceira, 29 – Verdasca, da estrada das Padeiras, 30(não identificado), 31 – Pedro, 32 – Ribeiro, 33 – por alcunha o avô, 34 (irmão de uma empregada da sapataria Plaza), 35 (não identificado), 36 – António Alfaro Matias, 37-António Oliveira (?), 38- Maroca Santana (?), 39- Cruz.

A contínua é a Menina Marcelina.

Lembro-me bem da maior parte deles, principalmente dos que viviam mais próximo de mim e muitos deles nunca mais os vi e não sei por onde andam. Os últimos que me lembro de ter encontrado foram o Quim Fontes, o Valdemar e o Carlos Mariano.

Se alguém procurar dar uma achega a este texto tem na página o meu e-mail de contacto e será bem-vindo.
Actual edifício escolar, muito aumentado em relação ao original. Foto JV

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Pedro Eanes Lobato




Viveu no século XIV / XV abrangendo os reinados de D. Fernando, D. João I, D. Duarte e de D. Afonso V.

Nasceu em Santarém em data incerta tendo servido D. João Afonso Telo de Meneses, irmão da rainha D. Leonor Teles.

Quando se deu o problema da sucessão de D. Fernando colocou-se ao lado de D. João I, Mestre de Avis, que o armou cavaleiro antes da batalha de Aljubarrota onde se encontrou.

D. Nuno Álvares Pereira teve-o sempre a seu lado constituindo, juntamente, com João Vasques de Almada e Afonso Pires da Charneca o seu Conselho de Guerra.

Não podia deixar de fazer parte da expedição para a conquista de Ceuta sendo capitão de uma das naus.

D. João I nomeia-o vedor da Fazenda ou seja zelador ao mais alto nível pela administração do património e da Fazenda.

Exerceu, seguidamente, as funções de regedor da Casa do Cível, Tribunal que lhe cabia o julgamento das apelações cíveis.

Com a subida ao trono de D. Duarte, este nomeou-o para o seu Conselho e enviou-o como embaixador a Castela.

Tomou parte nas Cortes de Torres Novas, reunidas em 10 de Novembro de 1439 para decidir da regência do Reino e onde se digladiavam os dois partidos, o da rainha, viúva e o do infante D, Pedro. O Infante D. Henrique conseguiu organizar um documento bipartido que as partes aceitaram mas não por muito tempo. Eanes Lobato pertencia ao partido da rainha.

D. Nuno Álvares Pereira doou-lhe os direitos de Almada e em memória da amizade que os unia e como agradecimento dos serviços que lhe prestou, junto da sua quinta que tinha fundado em Corroios fundou outra próximo no sítio de Cheiraventos de que lhe fez presente. Parece que teria mudado de nome para Quinta dos Lobatos.

O Palácio de Cheiraventos, nos finais do séc. XIX foi utilizado como retiro pelo rei D. Carlos e pela rainha D. Amélia

Além dos seus atributos de militar era muito versado em letras.

Pedro Eanes Lobato veio a falecer em Lisboa e de avançada idade.

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Enciclopédia Histórica de Portugal Vol. 8 (Direcção de Duarte de Almeida) João Romano Torres & Cª, Lisboa, 1938

Monumentos e Lendas de Santarém, Zephyrino N. G. Brandão, Lisboa, David Corazzi, Editor, 1883

Santarém História e Arte, Edição da Comissão Municipal de Turismo de Santarém, 2ª Edição, 1959

Santarém no Tempo, Virgílio Arruda, Edição da Comissão Municipal de Turismo de Santarém, 1971

Htt://www.eb1-fogueteiro-n3.rcts.pt/cidade_amora.htm