domingo, 22 de dezembro de 2013

José da Costa e Silva


Natural da Vila de Povos, hoje concelho de Vila Franca de Xira, onde nasceu a 25 de Julho de 1747. Arquitecto de formação, aos 21 anos D. José envia-o para Itália para completar a sua formação, estudando em Bolonha onde se enquadra na formação neoclássica.

Os seus trabalhos obtiveram vários prémios e distinções e foi nomeado Académico de Honra.

Percorre as cidades italianas mais significativas da sua arte como Génova, Veneza, Florença e Roma que muito o ajudam na sua formação.

Não deixa de visitar as ruínas de Pompeia e na Campânia o Palácio Real de Caserta, obra de Luigi Vanvitelli

É convidado a ser professor da Universidade de Coimbra mas não aceita o convite.

Regressa a Portugal em 1780 e no ano seguinte é designado professor de Arquitectura da aula de desenho, em Lisboa.

Em 1789, é encarregado pelo Ministro da Fazenda para projectar o edifício do Erário Régio, mas não passou das fundações pois a sua conclusão atingiria verbas incomportáveis para o erário público. Três anos depois um grupo de capitalistas contrata-o para realizar um projecto de teatro de ópera que substituísse o arrazado pelo Terramoto de 1755. É assim que sai o Teatro de São Carlos ainda activo e que revela influências de estilo do Teatro La Scala, de Milão e do Teatro de San Carlo em Nápoles.

Além de boa construção foi-lhe proporcionado uma excelente acústica.

Pela mesma altura e por iniciativa de D. Maria Francisca Benedita é responsável pelo projecto do Asilo dos Inválidos Militares, em Runa (Torres Vedras) que além desta missão servia de residência à princesa.

Outra obra em que esteve envolvido foi a construção do Palácio da Ajuda, trabalhos que começaram em 1795 pelo arquitecto régio Manuel Coelho de Sousa, mas os planos foram alterados por Costa e Silva, supervisor, e pelo italiano Francisco Fabri que quando Costa e Silva vai para o Brasil fica sozinho à frente da empreitada.

Incumbiu-se também da conclusão da capela-mor do Loreto.

Em 1812 e com a família Real no Brasil devido às Invasões Francesas, é chamado pelo Príncipe Regente D. João, chegado ao Rio de Janeiro é nomeado Arquitecto das Obras Reais.

Parece ter preparado um projecto para a fachada do Paço de São Cristóvão, mas desconhece-se  se foi aproveitado na construção neoclássica do palácio. Há quem lhe atribua uma certa semelhança com a fachada do Palácio real da Ajuda. Outra obra em que é suposto ter-se envolvido, é no Teatro de São João no Rio de Janeiro que parece apresentar algumas semelhanças ao de Lisboa.

Em 1818, José da Costa e Silva desfez-se da sua colecção de objectos de arte, composta por camafeus, estampas, pinturas, moldes e livros, que vendeu à Biblioteca do Rio de Janeiro pela quantia de um conto e seiscentos mil reis.

Já não regressa a Portugal, pois falece no Rio de Janeiro a 21 de Março de 1819.

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Wikipédia, a enciclopédia livre
Lello Universal – Dicionário Enciclopédico Luso-Brasileiro, Vol. II, 1975, p 902
História de Portugal, Joaquim Veríssimo Serrão, Vol. VI, 1982, p 458
História de Portugal, M. Pinheiro Chagas e J. Barbosa Colen, Vo. XII, 1907, p 161
História de Portugal, Edição Monumental da Portucalense Editora, Porto, Vol.VI, p 596
Enciclopédia Mirador Internacional, Vol. 17, Brasil, 1981, p 9211
http://www.infopedia.pt/$jose-da-costa-e-silva