Teria nascido por volta de 1620
este intrépido guerreiro que batalhou na América Espanhola, no Brasil e em
Portugal, nas Guerras da Restauração, sendo assinalável o seu grande êxito na
Batalha de Castelo Rodrigo.
Foi seu berço o pequeno lugar de
Sobralinho, freguesia de Alverca, concelho de Vila Franca de Xira.
Único filho de Henrique Jacques
de Magalhães e de Violante de Vilhena, não se conhecendo a data certa do
nascimento, mas considerando-se a mais provável aquela que indicamos.
O trisavô paterno, Pedro Jacques,
bateu-se na Batalha do Toro ao lado de D.Afonso V, enquanto do lado materno
descendia da aristocracia castelhana sendo trineto de Sancho de Tovar.
Casou duas vezes, ambas na ilha
da Madeira com D. Luísa Freire de Andrade filha de Manuel Dias de Andrade, moço
fidalgo e Administrador da Junta Geral do Comércio da referida ilha e de sua
mulher, D. Brites da Silva e a segunda por falecimento da 1ª, com D. Maria Vicência
de Vilhena, filha de António Correia de Baharem e de sua mulher D. Antónia de
Vilhena, tendo havido geração de ambas.
No dia 1º de Dezembro de 1640
encontrava-se na América sob o domínio espanhol e quando teve conhecimento dos
acontecimentos a decorrer em Portugal tentou com outros portugueses, entre os
quais João Rodrigues de Vasconcelos e Sousa,
2.º conde de Castelo Melhor, apoderarem-se das
galés espanholas carregadas de prata e fugirem para Portugal, mas foram
descobertos e presos tendo sido condenados.
Passado algum tempo conseguiu
evadir-se e chegar a Portugal e foi nomeado governador de Olivença lugar que
ocupa até 1646.
Volta ao continente Americano, mas
agora para o Brasil, em 1649, como almirante da esquadra que escoltou a
primeira frota da Companhia Geral do Comércio do Brasil e que veio a ancorar em
Pernambuco, onde prestou valioso auxílio a Francisco Barreto de Meneses que
governava aquela capitania e na luta contra os holandeses.
Em 1653 regressa ao Brasil como
capitão-general e em parceria com Francisco de Brito Freire, outro ribatejano
natural de Coruche e com uma armada de 60 navios para se oporem e darem luta
aos holandeses que pretendiam apoderar-se da colónia portuguesa.
Regressado novamente ao país, é
nomeado em 1658 general de artilharia do exército do Alentejo e esteve na
Batalha de Linhas de Elvas (14 de Janeiro de 1659), cuidando de tudo o que
dizia respeito à artilharia.
Homem sempre disposto a ocupar o
lugar que lhe destinavam pela sua versatilidade, foi nomeado em 1663 mestre de
campo general da província da Beira. Havendo necessidade de socorrer a praça de
Évora que estava em perigo a ela se dirige com os seus homens, gorando assim as
intenções dos inimigos e estando na Batalha do Ameixial.
Na jornada e conquista de
Alcântara fere-se numa perna o que lhe origina um defeito físico.
A sua acção mais notável, como já
se referiu, teve lugar na Batalha de Castelo Rodrigo, onde derrotou, devido à
energia e rapidez com que actuou , o poderoso exército do Duque de Ossuna que
cercava Castelo Rodrigo defendido apenas por 150 soldados e esta praça era
considerada a segurança da Província da Beira.
Tomou lugar nas Cortes convocadas
para 1 de Janeiro de 1668 em que D. Afonso
VI foi deposto do trono e o Infante D. Pedro jurado Príncipe herdeiro e depois
reconhecido como rei D. Pedro II.
Foi este rei que em reconhecimento
do todo o trabalho que prestou ao país e por carta de 6 de Fevereiro de 1671 o
agraciou com o título de Visconde de Fonte Arcada. A 5 de Setembro de 1675 foi
nomeado familiar do Santo Ofício.
Pedro Jacques de Magalhães foi
fidalgo da casa real por sucessão a seus maiores, pertenceu ao conselho de P.
Pedro II, conselheiro de Guerra, 1º Alcaide de Castelo Rodrigo, senhor do Paul
e Quinta de Bordalete em Lagos, Capitão general da Armada Real.
Faleceu em 1688.
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Dicionário
de História de Portugal, Dir. de Joel Serrão, Livraria / Figueirinhas / Porto, Vol. IV, p 139.
Dicionário
Corográfico de Portugal Continental e Insular de Américo Costa, Vol, VI, 1938,
pp 853-54
Figuras
Militares da Restauração, General Ferreira Martins, Lisboa. Revista Militar,
1940, Ano XCII, Dez., Nº 12, III Centenário da Restauração do Estado
História de Portugal, Joaquim
Veríssimo Serrão, Vol. V, Editorial Verbo, 1982, p. 52
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a enciclopédia livre