Poeta renascentista estudou humanidades, nasceu em Torres Novas em 1557
e teria sido baptizado na freguesia de S. Pedro.
Tomou o hábito de S. Francisco com o nome de Frei Boaventura
Machado. Recolheu-se no Convento da sua Ordem em Barcelona onde veio a falecer.
Foi professor na faculdade de teologia da sua Ordem.
Reputado teólogo e pregador sagrado.
Considerado discípulo de Gil Vicente é senhor de uma
jocosidade natural.
É autor de duas comédias bilingues, uma de cunho heróico, a Comédia do Cerco de Diu, onde exalta os
êxitos de Nuno da Cunha que derrotou o sultão Bodhuz.
A façanha já tinha sido tratada por Francisco de Andrade no
poema épico O Primeiro Cerco de Diu.
A outra comédia tem por título Comédia da Pastora Alfea e é composta de duas partes, quase toda em
quintilhas castelhanas de redondilha maior e os episódios, como o título
indica, decorrem entre pastores e onde se aborda os encantamentos.
O comediógrafo que escreveu durante a dominação filipina
escreveu principalmente em língua castelhana.
A 1ª Edição é de 1601, Lisboa; a 2ª e 3ª de 1631 e a 4ª de
1706, todas de Lisboa.
O Cerco de Diu tem
uma edição crítica, com introdução e comentários de Paul Teyssier, Edizioni
dell`Ateneo, Roma, 1969.
Faleceu em 1634.
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Boletim da Junta de Província do Ribatejo, 1937/40,
p.644
História da Literatura Portuguesa, Joaquim Ferreira,
Editorial Domingos Barreira, 4ª Edição, Porto.
História da Literatura Portuguesa, António José
Saraiva e Óscar Lopes, Porto Editora, Limitada, 12ª Edição, Porto, 1955.