Nasceu em 1877 e faleceu a 18 de Março de 1947, por isso,
com 70 anos de idade.
Foi grande lavrador e criador de gado, possuindo vastos
domínios, cuja sede da casa agrícola se situava na Quinta dos Álamos no
concelho da Golegã, onde nasceu.
Foi cavaleiro tauromáquico amador, mas o seu hobby era a
fotografia, pois foi amigo de Carlos Relvas e acabou por ser seu discípulo.
Neste sentido foi sócio do Grémio de Fotografia de Lisboa, e
da Sociedade Francesa de Fotografia.
Dedicou-se com afinco ao estudo e desenvolvimento da técnica
da fotografia tanto no aspecto da captação da imagem como da sua revelação.
Participou em várias exposições, nomeadamente nas realizadas
no Salão de Paris na década de trinta, em Chicago (1932), Madrid (1933),
Lucerna (1934) e na Sociedade Nacional de Belas Artes de Lisboa (1931) onde
alcança o 1º Prémio.
Os temas que mais abordava tinham a ver com a vida do campo
com muitas e variadas tarefas e os mendigos que passavam pela quinta pedindo
esmola.
Segundo quem o conheceu, era dotado de grande bondade e na
sua cozinha havia todos os dias sopa e pão para os pobres que chegassem.
A sua bolsa abria-se para ajudar as instituições de
assistência social.
Contribuiu para melhoramentos que se realizaram no Hospital
de S. José em Lisboa e igual fez ao da Misericórdia da sua terra natal, a
Golegã.
Foi provedor da santa Casa da Misericórdia da Golegã na qual
empregou
gratuitamente uma parte significativa das rendas e produtos
das suas propriedades.
Foi um apoiante convicto da Campanha do Trigo lançada nos
anos trinta do século passado pelo governo de então com o sobreposto de tentar
reduzir a dependência externa.
Foi sempre um monárquico convicto.
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“Frederico Bonacho dos Anjos” Motta Cabral, Vida Ribatejana, Edição Especial Comemorativo do 8º Centenário da
Conquista do Ribatejo e da Estremadura aos mouros, Vila Franca de Xira,
Julho de 1947