(PUBLICADO NO CORREIO DO RIBATEJO DE 27 DE OUTUBRO DE 1995)
Há quem o dê como nascido em Santarém por volta de 1600. Se não nasceu, lá viveu a maior parte da sua vida, lá faleceu e ficou sepultado.
O 8º Senhor de Unhão, de Gestaçô, da Honra de Meinedo e de outros vínculos, foi o 1º Conde de Unhão, título criado por Filipe IV, em carta datada de 7 de Junho de 1630 e de Madrid.
Era filho de Rui Teles de Meneses e de sua mulher, D. Mariana da Silveira.
Casou com D. Francisca de Távora e Castro em 1630, filha de D. Martim Afonso de Castro que foi Vice-rei da Índia, e de sua mulher, D. Margarida de Tovar, dama de honor da rainha D. Isabel de Bourbon, mulher de Filipe IV.
A 1ª Condessa de Unhão, já viúva, veio a ser camareira-mor da rainha D. Maria Francisca de Sabóia.
O Conde Unhão levantou em Santarém o grito da revolta contra a denominação filipina. No dia de 5 de Dezembro dirige-se aos Paços do Concelho, então na Praça Velha, actual Praça Visconde Serra do Pilar e de lá sai com o guião, acompanhado pelos fidalgos que estavam na vila e povo, aclama D. João, rei de Portugal, com incríveis júbilos de alegria e contentamento de todos, com repiques e luminárias e mais demonstrações de satisfação.
Esta acção do considerado Senhor da então vila de Santarém, marcou a sua imagem perante as gerações vindouras.
Quando faleceu, em 1665, o rei D. João IV, verteu lágrimas pelo passamento do seu amigo.
O Padre António Vieira, que era afilhado de baptismo do Conde de Unhão, fez o seu elogio no sermão das exéquias na vila de Santarém, que teve lugar no Colégio dos Padres da Companhia de Jesus, hoje sede Episcopal.
Fernão Teles de Meneses (ou da Silveira), foi sepultado junto dos túmulos de seus avós, no Convento das Donas, hoje P S P , onde também ficou seu sogro.
A lápide comemorativa da sepultura encontra-se no Museu Arqueológico de S. João de Alporão.
Há muito que nada existe do Palácio dos Condes de Unhão. Situava onde está hoje o quartel dos Bombeiros Voluntários, com frente para o antigo campo fora de vila e para a rua que ainda conheci pela Rua (ou travessa) do Conde. Não foi esta que veio a ter o seu nome, mas sim uma artéria do Bairro dos Combatentes, isto por volta da década de quarenta.
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Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira
Fastos de Santarém, Aclamações Reais, José Henriques Barata, Coimbra, 1947
Cosme de Médicis e o Ribatejo, José Henriques Barata, Coimbra, 1947
Santarém no Tempo, Virgílio Arruda,