(PUBLICADO NO CORREIO DO RIBATEJO DE 5 DE MAIO DE 2006)
João Nepomuceno de Macedo nasceu na Chamusca no dia 15 de Maio de 1793, sendo filho de António Eliseu Raimundo de Macedo e de sua mulher, D. Teresa Faustina Challamar.
Segue a carreira das armas assentando praça em Cavalaria 10 em 1809 e em 31 de Agosto de 1813 já era tenente.
Tomou parte na Guerra Peninsular e ofereceu-se para fazer parte da expedição ao Rio da Prata, sendo já capitão.
Comandada por Carlos Lecor, depois de chegarem ao Rio de Janeiro, passaram a Santa Catarina, defrontam e destroçam um dos chefes rebeldes e continuam a marcha até à praça de Maldonado, acabando por entrar em Montevideu, tudo isto para fazer respeitar as fronteiras do território português que então o Brasil representava.
No combate de Índia Morta (19.10.1816) por ter sido gravemente ferido o comandante de dois esquadrões de Cavalaria e morto o major Duarte Mesquita, seu imediato, o jovem oficial assume o comando com bravura e denodo, sendo por isso graduado no posto de major, o que acaba por se tornar definitivo, sendo nomeado comandante do 1º Regimento de Cavalaria da Divisão de Operações.
Toma então parte em vários combates sempre com notoriedade e intrepidez.
Regressa ao Reino e adere à causa liberal.
É promovido a tenente-coronel em 15 de Agosto de 1826 mas em 1828 já se encontrava exilado em França.
Alcançando a ilha Terceira, nos Açores, que funcionava como refúgio e baluarte dos liberais, tomou parte no desembarque do Mindelo, vindo a ganhar renome pelos seus feitos no cerco do Porto.
Quando tropas miguelistas tinham conseguido penetrar nas defesas da praça e chegar, depois de tomar uma barreira levantada na estrada de São Cosme, João de Macedo comandando uma pequena força de vinte e três homens, carrega o inimigo fazendo gorar a arremetida que parecia vitoriosa, salvando assim a cidade de ser ocupada pelos partidários de D. Miguel.
Foi promovido a coronel a 6 de Agosto de 1832 e a brigadeiro em 2 de Julho de 1833.
Por decreto de 12 de Maio de 1835 foi agraciado com o título de Barão de São Cosme.
Era comendador das Ordens de Avis e Torre e Espada, condecorado com a medalha da Guerra Peninsular e com a Estrela de Ouro da Campanha do Rio da Prata.
Tombou no combate de Chão da Feira, próximo da vila da Batalha, o que igualmente aconteceu ao Conde de Redinha, quando comandava sob as ordens de Saldanha, uma força de Cavalaria que arremeteu contra um batalhão de Caçadores do então Barão do Bonfim.
_________________________________________
Nobreza de Portugal e do Brasil, Edições Zairol, lda. (dir. coord. E comp. De Doutor A. Martins Zúquete
Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira
Portugal Militar, Carlos Selvagem, INCM, 2ª reimpressão, 1993
Tradição e Revolução, uma biografia do Portugal Político do séc. XIX ao XXI, José Adelino Maltez, Vol I (1820-1910), pág. 269