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Nas leituras que habitualmente fazemos, aqui e ali, ora em documentos originais existentes em vários departamentos para o efeito criados, ora em livros de especialidade, quando menos esperamos encontramos algo que nos interessa e surpreende. Foi o que aconteceu já há bastante tempo quando fomos desfolhando e lendo o valiosíssimo trabalho Archivo Historico Portuguez, Vol. – III, Lisboa, 1915 e em “A Chancellaria de D. Afonso V”, da responsabilidade de Braamcamp Freire e a pág. 415 encontrámos um interessante despacho.
A Chancelaria Régia era um departamento que funcionava junto do rei e onde eram elaborados, autenticados e expedidos os diplomas régios e onde trabalhavam vários funcionários sob a chefia do chanceler-mor.
D. Afonso V passa grande parte do ano de 1446, no Ribatejo, principalmente nos seus Paços de Santarém, onde a 22 de Março é dado o seguinte despacho:
Fernão Lourenço de Villa Gateira, escudeiro do Infante D. Pedro, enviou dizer que algumas pessoas deram delle certos capítulos e denunciações enfamando, que elle com outras pessoas fora e era em conselho e companha de se fazer moeda falsa, etc. Foi preso; fugiu, tendo mais de setenta annos, em cima do rocim em que o levaram para a cadeia.
Carta de perdão. El Rei o mandou per Alvarenga e Luís Martinz. – fl. 20 v.
A aldeia de Vilgateira, em meados do século XV devia de ter alguma importância pois lá residia um escudeiro do Infante D. Pedro que nessa altura, apesar do rei ter atingido a maioridade, solicitou-lhe que continuasse a governar a Nação.
O Fernão Lourenço, acusado de fazedor de moeda falsa, quando era levado para a prisão, em cima de um rocim (cavalo fraco ou pequeno), apesar dos seus setenta anos, foge.
Depois, acaba por obter carta de perdão, possivelmente com a mãozinha do seu amo.
Se alguém pensa que estas coisas são de agora, por aqui se vê que são bem velhinhas!