sábado, 6 de junho de 2009

Marcelino Mesquita

(PUBLICADO NO CORREIO DO RIBATEJO DE 7 DE ABRIL DE 1995)


Desta vez a figura a abordar é um cartaxense.

Poeta, contista, jornalista e insigne dramaturgo, é um dos mais notáveis escritores dos fins do século XIX e princípios do seguinte.

Marcelino António da Silva Mesquita, de seu nome completo, nasceu na vila do Cartaxo a 1 de Setembro de 1856.

De 1867 a 1871, estudou no Seminário de Santarém, seguindo depois para Lisboa onde esteve na escola Académica até 1874, frequentando depois a Escola politécnica. Matriculou-se na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa onde se formou em 1885.

Exerceu clínica no Cartaxo e foi deputado por este círculo em 1892.

Ainda estuante de medicina, estreou-se com “Pérola”, comédia-drama que foi rejeitada no Teatro Nacional D. Maria II sob a alegação de imoral mas que veio a ser representada no Teatro do Príncipe Real na noite de 23 de Maio de 1885.

Em 1893 o drama histórico em cinco actos e em verso “Leonor Teles”, conseguiu grande êxito.

“O Regente” (1897) é peça melodramática dos dois sacrificados no trágico recontro de Alfarrobeira.

Em 1896 escreveu mais duas peças: “O Velho Tema” drama em cinco actos e “Dor Suprema”, em três.

“Peraltas e Sécias”, é uma comédia de costumes que se estreou em 1899.

Escreveu ainda “Sempre Noiva” (1900), comédia histórica, “Sinhá”, inspirado na vida burguesa, “O Tio Pedro” (1902), episódio trágico, “Envelhecer” (1909), onde se questiona os rebates da velhice e “Margarida do Monte” (1910) em que retrata um amor serôdio, “Pedro, o cruel”, tragédia histórica, (1915), terminando em 1918 com o poema retórico “O Grande Amor”.

Autor de um livro de contos, “A Azenha” (1896).

Colaborou em vários jornais tendo fundado mesmo os periódicos “Portugal” e “Comédia Portuguesa”

Faleceu em Lisboa a 7 de Junho de 1919.
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Boletim da Junta de Província do Ribatejo, 1937/40
Cultura Portuguesa, Ruy d’Abreu Torre, 1976, Vol. 19