Ermida de Sto. Estêvão |
Nasceu em Santarém em 1590.
Médico, Poeta, compositor musical e escritor.
Escreveu: Controversiae Philosophicae, et Nedicae ex- doctrina de febribus,
Lisboa, 1667; De duobos magnis Artis
Medicae auxiliis tractactus duplex, in quo difficilioris questiones circa sanguinismisionem, etc, Lisboa, 1671.
O primeiro referido foi
classificado no catálogo de bons autores.
Entre outros trabalhos que deixou
manuscritos contam-se uma obra sobre Cirurgia Especulativa e um livro de Matemática.
Compôs uns Psalmos a várias vozes e uma Ladainha
a Nossa Senhora.
Parece que compôs uma poesia com
as letras dispostas de tal maneira que se liam conforme o lado considerado em
português, castelhano e italiano.
Segundo Luís Matoso “Chegado o
anno de 1663 havendo já passados 397 desde o de 1266, em que o Santíssimo
Milagre soccedeo, sem nelles haver quem tomasse por impreza converter hum lugar
exposto a ser violado com irreverências, em Sagrado Templo ,
para nelle se tributar a Deos adorações, vivia nesta Villa o Licenciado Manoel
dos Reis Tavares, graduado em Medicina, inflamado no amor de Deos, e na devoção
do Santíssimo Milagre, fundou nos ditos pardieyros, com sua mulher Margarida
Cezar de Almeyda, huma notável Ermida em memoria do mesmo Milagre Santíssimo,
para o que fez huma justificação em que se produzio mais de 15 testemunhas das
pessoas principais desta Villa, e da freguesia de Santo Estêvão, que depuzeram
ser aquelle o mesmo lugar, em
que Deos obrara o Santíssimo Milagre, pello ouvirem dizer sempre
a seus pays, e avós e que estes o tinham já ouvido dizer a seus antepassados, e
ser tradução constante; e algumas testemunhas juraram que hindo às mesmas cazas
algumas vezes vizitar huma Maria Penteada, que as possuía e nellas habitava,
sentiam hum cheyro tão suavíssimo, que parecia couza do Ceo.”
A obra veio a ser acabada e
debaixo do altar jazem sepultados os seus fundadores.
Existe nele uma inscrição nos
seguintes termos: “ Desta casa, onde Deos fez o Santíssimo Milagre anno de 1266
fizeram igreja o Licenciado Manoel dos Reys Tavares,e Margarida Cezar de
Almeyda, sua molher e a dotaram, e jazem debayxo do Altar della.”
Manuel dos Reis Tavares morreu em
Santarém em 25 de Novembro de 1686,
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Santarém Ilustrada, Luís Montês Matoso
(1738) (Transcrição e texto introdutório de Martinho Vicente Rodrigues), Junta
de Freguesia de Marvila, 2011
Grande Enciclopédia Portuguesa e
Brasileira, Vol 30, p 817
Santarém no Tempo, Virgílio
Arruda, 1971, p 534