(PUBLICADO NO CORREIO DO RIBATEJO DE 22 DE NOVEMBRO DE 1991)
“As célebres cavalhadas” enlevo dos povos destes sítios”é assim que Pinho Leal (1) se refere a este folguedo popular.
As cavalhadas são uma diversão em que vários contendotes, montados em cavalos ou jumentos, procuram com lanças de cana, enristando-as, obter vários prémios, suspensos de argolinhas. (2)
Em 15 e 16 de Agosto de 1880, após o restauro da capela de Sto. António que originou grandes festejos com a abertura do templo, realizaram-se grandes cavalhadas.
Era uma diversão que não podia faltar em qualquer festejo, principalmente nos realizados em “honra do glorioso Sto. António”.
Começa a sentir-se a necessidade de efectuar a actualização, pelo menos em 1937 e 1938 (3), além das cavalhadas de burro, realizaram-se também cavalhadas de bicicletas.
Com a evolução dos tempos, os burros começaram a ser menos necessários e hoje poucos ou nenhuns existem. Consequentemente às verdadeiras cavalhadas não podia acontecer outra coisa – acabar.
Torneios de tiro aos pratos e aos pombos, corridas e gincanas de bicicletas, picarias e outras diversões começaram a fazer a substituição.
As cavalhadas ficaram assim no arquivo das recordações, deixando de ser o folguedo de maior enlevo deste povo.
NOTAS
(1)Portugal Antigo e Moderno, Vol. 10, pág. 233.
(2)Grande Dicionário da Língua Portuguesa (Dicionário de Morais)
(3)Conforme prospectos das Festas