terça-feira, 15 de dezembro de 2009

António Boto

(PUBLICADO NO CORREIO DO RIBATEJO DE 6 DE OUTUBRO DE 1995)



Poeta e prosador de grande sensibilidade que caracteriza o seu modernismo. É um dos mais notáveis e discutidos poetas da sua época.

António Tomás Boto nasceu em Concavada (Abrantes), segundo uns, em 1900, segundo outros em 1897.

O seu aparecimento nos meios literários causou grandes controvérsias e escândalos.
As revistas de vanguarda literária, da época, como a “Contemporânea”, “Athena” e “Águia”, ao publicarem os seus trabalhos, levaram-no a uma grande quantidade de leitores que o começaram a admirar.

Outras revistas, dirigidas a diferentes extractos sociais, igualmente fazem a sua divulgação.

O público e a crítica começaram a considerar o poeta como uma das realidades definitivas e de primeira linha na nossa intelectualidade.

O seu primeiro livro de poemas data de 1920, intitula-se “Canções” e tem prefácio de Manuel Teixeira Gomes, sendo apreendido em 1924. Foi traduzido para o inglês por Fernando Pessoa.

Escreveu a seguir, “António”, uma novela dramática com estudo crítico de Fernando Pessoa.

“Aos vinte e seis anos, Boto, de sobrancelhas depiladas e sempre, segundo os seus próprios amigos, comprometedor, era já uma figura típica de Lisboa”.

Na década de quarenta, fixa-se no Brasil, onde veio a falecer no Rio de Janeiro, no dia 12 de Março de 1959.

Publica, entre outros, mais os seguintes trabalhos: - “Alfama”, peça em três actos, “Trovas””Cantigas de Saudade”, “O Meu Amor Pequenino” (traduzido para o italiano, inglês, alemão e espanhol), “Ciúme”(com estudos críticos de José Régio e de José Gaspar Simões), “Motivos de Beleza” “Curiosidades Estéticas”, “Pequenas Esculturas”, “Olimpíadas”, “Dandismo”, “Cantares”, “Baionetas da Morte”, “”Nove de Abril” (teatro), “Por Causa do Fado” (teatro), “Dar de beber a quem tem sede”, “Verdade e Mentira da Minha Vida”, “Flor do Mal” (teatro) e “Sonetos”.

António Boto colaborou na grande imprensa, incluindo a revista “Presença”.

Quando o General Norton de Matos foi alto-comissário em Angola, desempenhou o lugar de Chefe da Repartição Política e Civil do Zaire.
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Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira
Dicionário Universal Lello
História de Portugal, J. Veríssimo Serrão, Vol XII, 1990
História de Portugal, Dir. João Medina, Vol. 6