quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Ainda "A Marcha cá do Bairro"

Pequena nota

Quando escrevi a Memória “A Marcha cá do Bairro” foi praticamente só com a base da minha memória de treze anos e com algumas informações que me chegaram oralmente não tendo eu feito parte da “Marcha”.
Pedi nesse escrito o auxílio de leitores e que felizmente chegaram. Republico agora a primeira achega e depois será uma segunda que veio a esclarecer muitos aspectos.


(PUBLICADO NO CORREIO DO RIBATEJO DE 2 DE ABRIL DE 1993)
Quando publicámos a XIII MÉMÓRIA DO MEU BAIRRO, intitulada “ MARCHA CÁ DO BAIRRO”, manifestámos as dificuldades encontradas para a organizar, atendendo a que, quando isso se passou, tínhamos treze anos.

No escrito solicitámos aos leitores as correcções e aditamentos possíveis.

É com prazer que hoje, aproveitando esta MEMÓRIA mais curta (XVII) faço rectificações e acrescentos ao que então escrevi, segundo informações colhidas junto de elementos da marcha, que os muitos anos decorridos levaram ao esquecimento e à confusão, o que é naturalíssimo.

Acabou de nos chegar às mãos fotocópia de um recorte de jornal que nos dá em traços rápidos, os dados mais importantes sobre a Marcha. O autor, que não assina, intitula o artigo “A Marcha do Bairro dos Combatentes” – foi uma lição de bom gosto que deve ser aproveitada.


Este recorte, que não indica o jornal nem a data, foi guardado todos estes anos por uma senhora residente no MEU BAIRRO, que o fez chegar às nossas mãos e a quem muito agradecemos.

É preciso ter muita sensibilidade para guardar um recorte destes tantos anos!
A notícia julgo ser oriunda deste velhinho semanário, pois penso que na altura não havia outro na cidade.

Quando pensei abordar o assunto, admiti que tivesse sido referido netas páginas.

Seria fácil verificá-lo pela consulta na Biblioteca Municipal, ou mesmo na Redacção, mas o meu afastamento da cidade tal não permitiu.

Há pois que “dar o seu ao seu dono”, como diz o povo, rectificando o que está errado e evitar que a “inverdade” se sobreponha à verdade.

A letra afinal não é do Sargento António Cabreira, mas sim de Ferreira Campos, dado como colaborador do jornal e que conheci muito bem. A música sim, é que é do Sargento Cabreira.

Aceitei a informação prestada porque é muito vulgar os autores da música serem também os das letras.

O ensaiador foi o Sr. José Luís que eu penso saber quem era e que morava no bairro, possivelmente auxiliado pelo Sr. António Cardoso que é apontado como pertencente à organização.

Refere-se também a presença do Sr. Manuel da Costa como fazendo parte do acompanhamento musical. Também ele era morador no bairro, uma figura muito simpática com quem contactámos anos depois a nível profissional.

Entre os trinta arcos levados, cada um pelo seu par, sobressaía um “Cabaceiro” saído das mãos habilidosas do Sr. José Luís Colaço, igualmente morador no MEU BAIRRO e que conheci muito bem.

Continuando a citar o articulista, a marcha desfilou pelo bairro na noite de S. João, mas no dia seguinte, como se tinha saído tão bem, “foi um triunfo, uma honra para o bairro”, desfilou pelas ruas da cidade, dando duas voltas à estátua do Marquês de Sá da Bandeira, tudo com pleno agrado da população.

Informa-se também que o Sr. José Conde, também morador no bairro, brindou os componentes com um belo “copa de água”, bem sortido de bolos e vinho, o que dizemos nós é uma nota muito simpática a referir.

Depois foi o bailarico até às tantas na garagem Vinagre o que transbordou para a rua.