Filho de família nobre, chega ao Brasil em 1568/69 na Armada
de Francisco Barreto.
Uma vez na Baía, instala nas margens do rio Jeriquiçá um
engenho de açúcar e casa, vivendo por esses lados mais de dezoito anos.
O seu irmão João Coelho de Sousa, que já lá se encontrava,
foi explorando o rio São Francisco e referiu-lhe a possibilidade de existência
de minas preciosas. Organiza entretanto, um roteiro de minas de prata da região
de Minas Gerais.
Em 1584 vem ao Reino requerendo a Filipe I a concessão
dessas minas e apesar das dificuldades encontradas consegue obter. É nomeado
governador e capitão-mor da conquista das Minas. Enquanto aguarda as decisões
reais, escreve (1587) um tratado, “Tratado Descritivo do Brasil”e oferece um
manuscrito ao Ministro Cristóvão de Moura, possivelmente, para justificar e
influenciar na decisão pretendida.
Em 1591 regressa ao Brasil com o intuito de prosseguir a
descoberta da rota do rio São Francisco. Faz-se acompanhar de 360 colonos e
quatro religiosos carmelitas, próximo da costa Brasileira a embarcação
naufragou morrendo muita gente.
Seguiu para a Baía com o auxílio do Governador Francisco de
Sousa, recompôs a expedição que tinha planeado e explora as margens do rio
Paraguaçu viajando pelo interior do país em busca de metais preciosos, percorrendo
cerca de 600 km .
Atacado de febre, morre próximo da nascente do rio junto do
seu guia índio, perto do lugar onde sete anos antes tinha sucumbido o irmão.
O seu corpo foi transportado para a Baía e depositado no
Mosteiro de S. Bento. Sobre a lápide, o seguinte epitáfio “ Aqui jaz um
pecador”.
O “Tratado Descritivo do Brasil”esteve inédito até ao século
XIX e tem sido publicado com títulos diferentes.
O texto veio a ser conhecido por Diogo Barbosa Machado que
deu notícia da existência da obra.
José Mariano da Conceição Veloso deu início à sua publicação
com o título “Descrição Geográfica da América Portuguesa”, mas a edição foi
interrompida. Em 1825 a
Academia Real das Ciências resolveu mandar imprimi-la, seguindo-se,
naturalmente, outras edições sobretudo no Brasil onde continua a ser estudada.
Constitui um manancial de informação em vários aspectos,
geográficos, botânicos, zoológicos, históricos, sociais, económicos e
etnográficos entre outros, retratando minuciosamente o Brasil dessa época,
constituindo uma verdadeira enciclopédia.
Os críticos põem em relevo a variedade dos assuntos
abrangidos, a atenção, minúcia e técnica com que os aborda, tomando em consideração
os conhecimentos desse tempo.
É grande o mérito dessa obra.
Extremamente versátil, é apresentado como agricultor,
comerciante, empresário, colonizador, navegador, sertanista e ao mesmo tempo
como botânico, zoólogo, geólogo, etnógrafo e historiador.
Desempenhou as funções de vereador na Câmara de Salvador (da
Baía).
Gabriel Soares de Sousa é
considerado o mais importante cronista do século XVI sobre o Brasil, coube a
Varnhagen reeditar o seu trabalho em 1851, corrigindo os erros da primeira
publicação. Em 1939 reedita-se novamente havendo, entretanto, novas edições.
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O Grande Livro dos
Portugueses Esquecidos, Joaquim Fernandes, Círculo dos Leitores – Temas e
Debates, 2008
Grande Enciclopédia
Portuguesa e Brasileira
Enciclopédia Mirador
Internacional, Vol. 11, São Paulo – Rio de Janeiro, Brasil, 1981
Wikipédia, a enciclopédia livre