sábado, 22 de janeiro de 2011

Sebastião Baracho

(PUBLICADO NO CORREIO DO RIBATEJO DE 18 DE JULHO DE 2008)



De seu nome completo, Sebastião de Sousa Dantas Baracho, nasceu em Torres Novas a 10 de Agosto de 1844.

Foi aluno do Colégio Militar, assentou praça em cavalaria em 25 de Agosto de 1861 e é General de Brigada em 19 de Outubro de 1900.

Aos trinta e sete anos inicia a sua carreira política como deputado regenerador e vem a ser reeleito até 1890.

Em 1891 foi comissário régio para a delimitação de fronteiras da África Ocidental a quando do tratado Luso-Belga, lugar que exerce até 9 de Março de 1892.

Em 1893 D. Carlos nomeou-o seu ajudante de campo honorário. Em 1895 assumiu interinamente o comando da 1ª Brigada de Cavalaria. Foi comandante do Forte de S. João Baptista, em Angra do Heroísmo e em 1901 foi nomeado director geral dos serviços de cavalaria. É neste ano que abandona o Partido Regenerador.

Pediu a D. Manuel II, em 1909 a exoneração de ajudante de campo honorário do Rei, o que lhe foi concedido.

Como deputado pronunciou um discurso sobre questões militares na Câmara de Deputados que produziu grande sensação.

Foi um parlamentar truculento devido ao seu temperamento fogoso. Era enérgico e acutilante no combate das ideias e manteve polémicas com vários jornalistas.

Por questões políticas desafiou para duelo, tanto o Presidente do Conselho como o Ministro da Guerra.

O Ministro aplica-lhe um mês de inactividade na Praça de Elvas.

Dantas Baracho era considerada uma das figuras mais interessantes de Lisboa.

Apesar dos anos já adiantados, mantinha-se em forma no manejo da espada e do florete.

Perante a dissolução das instituições monárquicas, atacou o regime nos seus derradeiros anos de existência e, em 1910, abraçou a causa Republicana, trabalhando para a consolidação do novo regime.

Foi presidente da comissão encarregada de rever a legislação criminal militar e presidente do Supremo Conselho de Justiça Militar.

Quando os monárquicos se concentraram na fronteira, preparando-se para a primeira incursão, ofereceu ao governo republicano o seu concurso como militar, para defesa e acção de combate.

Desiludido pelas lutas partidárias, abandonou a política.

Colaborou nos jornais Gazeta Comercial, O Imparcial, Diário Ilustrado, Mala da Europa, etc.

Era condecorado com a comenda e grã-cruz da Ordem de S. Bento de Avis e com a grã-cruz da Ordem de Orange e Nassan.

Das obras publicadas avulta Entre Duas Reacções, 4 Vols., 1917 – 1919.
Publicou ainda: A Questão Ibérica, Lisboa, 1881, Questões Militares, Lx. 1888¸ Alguns Documentos sobre a minha missão em África, Lx., O Convénio, Lx, 1902, A Defesa Nacional, Lx. 1904 e A situação Militar, Lx. 1904.

Faleceu em 28 de Dezembro de 1921.

__________________________

Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira

Enciclopédia Verbo Luso-Brasileira de Cultura, Edição Século XXI, Costa Garcez Vol. 4

Tradição e Revolução, José Adelino Maltez, Vol. I (1820-1910)