quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Lobo de Ávila

(PUBLICADO NO CORREIO DO RIBATEJO DE 4 DE MAIO DE 2007)



Joaquim Tomás Lobo de Ávila, filho de Joaquim Anastácio Lobo de Ávila e de D. Mariana Vitória de Mendonça Pessanha Mascarenhas, nasceu em Santarém no dia 15 de Novembro de 1819.

Ingressou no Colégio Militar e fez o Curso da Escola Politécnica.

Em 1840 era alferes de Infantaria e em 1844 junta-se aos revoltosos, chefiados pelo General César de Vasconcelos, de que foi ajudante de campo, para derrubar o governo de Casta Cabral.

Tendo-se gorado o objectivo, emigra para Espanha e depois para França, onde em Paris completa o curso de engenharia na conceituada Escola de Pontes e Calçadas. Aproveita também para fazer formação em Economia e Direito Administrativo.

Regressando a Portugal depois de 1849, filiou-se no Partido Regenerador.

Motivado pelos seus gostos literários, funda o jornal Cosmorama e depois o Ateneu.

Entretanto entra para o quadro das Obras Públicas e de 1851 a 1856 rege a cadeira de Caminhos de Ferro na escola do Exército.

Como técnico considerado que era na área, faz parte da Comissão que apreciou e decidiu sobre as propostas da construção da linha férrea de Leste.

Exerceu seguidamente os lugares de secretário do Conselho de Obras Públicas e depois o de inspector.

É eleito em 1863 grão-mestre da Confederação Maçónica Portuguesa, tendo sucedido a José Estêvão.

Foi promovido a capitão em 1864.

Exerceu as funções de Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Santarém nos anos de 1860/61, 1863/64 e 1864/65.

Foi eleito deputado por vários círculos, marcando no Parlamento uma posição bem definida sendo um tenaz defensor dos caminhos de ferro.

Entre 1862 e 1865 e sob a presidência do Duque de Loulé, foi ministro da Fazenda, promovendo a reforma dos serviços aduaneiros e a consolidação do nosso crédito no estrangeiro.

Em 1869 novamente pela mão do Duque de Loulé é ministro das Obras Públicas, tomando medidas no sentido de modernizar e actualizar os serviços. Igualmente sobraçou a pasta da Guerra, tendo o governo caído pela acção do Duque de Saldanha.

Em 1874 é sócio da Academia Real das Ciências, devido principalmente ao estudo que publicou e intitulado Estudos de Administração.

Em 1874 foi elevado a par do Reino, tomando posse em 5 de Janeiro de 1875.

O Rei D. Luís, por decreto de 5 de Abril de 1875, concede-lhe o título de Conde de Valbom.

Em 1876 foi nomeado ministro plenipotenciário em Madrid e de 1886 a 90 exerceu as mesmas funções em Paris.

Volta ao Governo no ministério presidido pelo General João Crisóstomo como responsável pela pasta dos Negócios Estrangeiros.

Publicou artigos de índole política em variadíssimos jornais, nomeadamente em A Revolução de Setembro e igualmente literários e científicos em revistas da especialidade.

Faleceu em Lisboa a 1 de Fevereiro de 1901.

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Grande Dicionário Enciclopédico Ediclube, Vol. XVIII

Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira

Santa Casa da Misericórdia de Santarém, Cinco séculos de História, M. Vicente Rodrigues, 2004.

Santarém no Tempo, Virgílio Arruda, 1971

Nobreza de Portugal, Editorial Enciclopédia, Lisboa, 1960

Dicionário Ilustrado da História de Portugal, Publicações Alfa,