
Nasceu no lugar da Fonte de Vilgateira, freguesia da Várzea, no dia 11 de Abril de 1875, sendo filho de Francisco Augusto e de D. Maria Augusto.
Seguindo a vida eclesiástica, concluiu os seus estudos em Roma, onde disse a 1ª Missa no dia 10 de Abril de 1898, por isso com apenas vinte e três anos.
É no campo do ensino que mais se destacou, dando aulas no liceu de Santarém, onde leccionou normalmente a disciplina de Francês, no Seminário da cidade e no Colégio de Santarém, estabelecimento de ensino muito conceituado na época e onde exerceu o lugar de director.
Entre os muitos alunos que passaram por este estabelecimento de ensino, contava-se Francisco Câncio, originário do concelho de Vila Franca de Xira que veio a deixar uma vasta obra publicada sobre o Ribatejo, no campo histórico e etnográfico.
Segundo ele, o Dr. Joaquim Augusto era um homem que conseguia ser professor e educador. Bondoso, não deixava contudo de ser disciplinador.
O professor frequentava frequentemente a sua mãe que vivia no lugar da Fonte, fazendo o trajecto a pé, já que nessa altura não existiam os meus de transporte de hoje e as estradas não passavam de umas simples carreteiras com lama no Inverno e grande poeirada no Verão.
Convidava, levando consigo alguns alunos que assim passavam o domingo na Várzea; era o que acontecia com o Dr. Francisco Câncio.
O Cónego Joaquim Augusto pertenceu à Comissão de Salvação dos Monumentos Antigos de Santarém, que foi fundada em 1916 e cuja actividade se baseava na defesa e salvaguarda do património escalabitano. Em 1934 era mesmo o seu presidente, sendo vogais, Augusto César de Vasconcelos e Laurentino Veríssimo.
Além desta actividade, o professor e pedagogo prestou a sua valiosa colaboração à Santa Casa da Misericórdia de Santarém, fazendo parte, durante vários anos, da sua Mesa.
Nestes termos, é representante, entre outros, da mesma, no 1º Congresso das Misericórdias, que teve lugar em 16 de Março de 1924, na velha cidade fronteiriça de Elvas.
Lembro-me muito bem da figura do Cónego Joaquim Augusto. Era um homem alto e magro, um pouco já curvado e nos últimos anos com algumas dificuldades de visão. Sempre de batina e cabeção, como a época exigia.
Sempre o conheci vivendo no Bairro dos combatentes, juntamente com o sobrinho, Fil Augusto Fontes, nosso prezado e saudoso amigo desaparecido em 1977.
O Senhor Cónego Augusto, que foi professor de uma nossa familiar, quando esta o cumprimentava, já no ocaso da vida, respondia-lhe sempre pronunciando o seu nome pois conhecia-lhe sempre a voz (que dizem nunca mudar o seu timbre), desde o tempo de menina.
Faleceu no dia 12 de Novembro de 1954 esta destacada Figura Varzeense que foi sepultado no cemitério dos Capuchos, em Santarém.