Nasceu em Vila Franca de Xira no
dia 25 de Dezembro de 1761, Manuel Nicolau de Almeida, filho de Francisco
Caetano de Almeida e de sua mulher, Caetana Inácia da Conceição.
Foi aprender
as primeiras letras e seguidamente a Gramática Latina, dando logo provas de
grande capacidade de aprendizagem.
Destinado à
vida eclesiástica, o que na altura era habitual, professa na religião dos
Carmelitas Calçados. Continuando a demonstrar as suas aptidões, é mandado
cursar Teologia na Universidade de Coimbra onde obteve o grau de Doutor (1790)
e serviu por vários anos em Opositor.
É depois
nomeado Lente substituto de História Universal e Eloquência no Colégio das
Artes da mesma Universidade.
A quando das
Invasões Francesas, retira-se da cidade de Coimbra, embarcando na Figueira da
Foz com destino a Lisboa, passando à ilha da Madeira como Comissário dos
Terceiros da sua Ordem. Aí lecciona Teologia, sendo considerado bom orador,
pregando nas principais solenidades.
Recolhe-se
entretanto ao Convento do Carmo, em Lisboa, onde é sagrado na sua igreja, Bispo
de Angra, em 3 de Maio de 1819, o que é confirmado por bula de 29 de Maio de
1820.,ocupando a 26ª posição nesse lugar, governando o seu bispado de 1820 a 1825.
Considerado
liberal convicto cedo se envolve na intensa actividade política que grassava
naquela ilha estabelecendo e de contra-poder como capitão general dos Açores
Francisco Garção Stockler.
Após ter sido
jurada a Constituição de 1822 e sendo adido da Junta Governativa foi chamado a
Lisboa, juntamente com Stockler, por ordem de D. João VI
Esteve preso
em Camarate sem que se lhe conheçam as acusações que sobre ele impedem.
Esta situação
tem a ver com algumas posições políticas dúbias que tomou, principalmente
manifestadas nos escaldantes sermões que pronunciou.
Recuperou a
liberdade em 1823. Nesta altura é eleito Bispo de Bragança, não chegando
contudo a ser confirmado nesta Diocese pelo Papa Leão XII, em razão de dúvidas
que a seu respeito se suscitaram, motivado pela publicação das cartas sobre
indulgências, de que era autor.
Faleceu em 8
de Outubro de 1825 e ficou sepultado no Convento do Carmo, em Lisboa.
________________________
Três Vilafranquenses ilustre (…), Júlio
Pelouro, in Vida Ribatejana, nº especial
de 1951
História Eclesiástica de Portugal, P.
Miguel de Oliveira, 1994
Wikipédia, a enciclopédia livre
Diccionario Chorographico de Portugal
Continental e Insular,Américo Costa, Vol
II, 1930, p. 476.