domingo, 27 de outubro de 2013

Ruy Belo





Ruy Moura Belo nasceu a 27 de Fevereiro de 1933 em São João da Ribeira, antiga sede de concelho e hoje fazendo parte do concelho de Rio Maior, constando-me ser filho de professores de Instrução Primária.e faleceu em Queluz a 8 de Agosto de 1978, vítima de edema pulmonar.

Fez o curso liceal no Liceu de Santarém e em 1951 matriculou-se como aluno de Direito que acaba por concluir em Lisboa em 1956. Era igualmente licenciado em Filologia Românica.

Tornou-se membro da Opus Dei.

Após o curso parte para Roma, doutorando-se em direito canónico pela Universidade de S. Tomás de Aquino, defendendo a tese “Ficção Literária e Censura Eclesiástica”.

Regressa a Portugal em 1961 e através de uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian ingressa na Faculdade de Letras de Lisboa.. Abandona entretanto a Opus Dei e exerce as funções de leitor de Português em Madrid, entre 1971 e 1977.

Participou na greve académica de 1962 e foi candidato em 1969 pela CEUD o que originou  passar a ser uma personagem politicamente vigiada.

Assim, é-lhe recusada a possibilidade de leccionar na Faculdade de Letras de Lisboa, restando-lhe dar aulas na Escola Técnica do Cacém, no ensino nocturno.

Foi chefe de redacção da revista Rumo e director literário da Editorial Aster e dedicou-se igualmente a tradutor.

Entre as suas obras contam-se:

Aquele grande rio Eufrates (1961)

O problema da Habitação (1962)

Boca Bilingue (1966)

Homem de palavra (s) (1969)

Transporte no Tempo (1973)

País Possível (1973)

A Margem da Alegria (1974)

Toda a Terá (1976)

Despeço-me da Terra da Alegria (1978)

A obra poética de Ruy Belo foi organizada postumamente em 3 volumes com o título “Obra Poética de Ruy Belo” em 1981.

Os seus trabalhos prendem-se ao religioso e ao metafísico com interrogações que sempre o preocuparam.

Além de poesia, publicou ensaios e crítica literária.

É considerado um dos maiores poetas portugueses da segunda metade do séc. XX, havendo várias reedições.

Da História da Literatura Portuguesa, abaixo referida, transcrevemos um pequeno texto: De longe o mais original “católico” é Ruy Belo (...) que nos seus primeiros poemas publicadas espraia, com um belo fôlego, um caudal de metáforas e paronomásias desvalorizadores da Cidade humana, na obstinada perseguição da certeza de uma outra Cidade em que a morte ganha sentido para além de tudo o que qualquer desejo humano saiba dizer (Aquele Grande Rio Eufrates, 1961, O Problema da Habitação, (1962) ...

Em 1991 foi condecorado, a título póstumo com o grau de Grande Oficial da Ordem Militar de Santiago de Espada.

A Escola Básica 2,3 Ruy Belo situa-se no concelho de Sintra, freguesia de Monte Abraão e Queluz e é sede de um Agrupamento.

Fui contemporâneo no Liceu de Santarém de Ruy Belo, sendo ele um “veterano” e eu um “caloiro”. Lembro-me perfeitamente que o jornal (revista) O Mocho, editado todos os anos pelos finalistas, comportava um poema seu. Possuí um exemplar que com as andanças da vida se perdeu.
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História da Literatura Portuguesa, António José Saraiva e Óscar Lopes, Porto Editora, Limitada, 12ª Edição
Infopédia
Wikipédia, a enciclopédia livre
“As escolhas dos nossos historiadores – Marcas do Século no nosso distrito, O Ribatejo de 13 de Janeiro de 2000, p. 20