segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Gil Fernandes de Carvalho


Nasceu na vila de Azambujeira, actualmente do concelho de Rio Maior, em finais do século XIII este cavaleiro fidalgo, considerado de génio irascível e odiento, de desmedido orgulho e temível brigão.

Desenvolveu estas características, em jovem, nas correrias que com outros fazia em perseguição dos mouros.

Igreja Matriz de Azambujeira e Pelourinho.

Gil Fernandes era filho de Fernão Gomes e de D. Maria Gonçalves de Moreira. Teve a companhia de vários irmãos e pertenceu à importante família portuguesa dos Carvalhos.

Diz-se que era bisneto de Bartolomeu Domingos de Carvalho,  que instituiu o morgado deste apelido e donatário da Azambujeira.

Para tomar parte nas Cortes ou por qualquer motivo pessoal, o fidalgo deslocou-se certa vez a Lisboa, onde permaneceu uns dias.

Ficou na Azambujeira um dos seus moços de esporas, que muito prezava que, talvez influenciado pela vivência do seu Senhor, acabou por cometer um crime considerado grave.

O poder Real, representado pelo Juiz, actuou, condenando-o a ser açoitado, sentença que entretanto tinha sido confirmada pelo corregedor.

Gil Carvalho ao ter conhecimento do sucedido, regressa a Azambujeira, manda açoitar o Juiz e pior ainda, cortar as duas orelhas ao corregedor!

Em face de tal, o rei D. Dinis ordena a sua prisão mas este consegue escapar à Justiça, fugindo para Castela.

Morre D. Dinis, sucedendo-lhe seu filho D. Afonso IV que na história ficou conhecido pelo “O Bravo” devido à bravura demonstrada na batalho do Salado (1340).

Afonso XI de Castela, genro de D. Dinis, atacado por numerosas forças muçulmanas vindas de África, pede auxílio, por intermédio da rainha sua esposa, ao rei português que lho presta, comandando ele próprio o seu exército que se cobriu de glória nas margens do rio Salado.

Admirado com a enorme bravura de um dos combatentes cristãos, pergunta D. Afonso IV quem era aquele prodigioso guerreiro tenho-lhe sido respondido que se tratava de um português, Gil Fernandes Carvalho, homiziado em Castela, desde o tempo de seu pai, D. Dinis.

Afonso IV perdoou-lhe o crime praticado e de que estava arrependido, autorizando-o a regressar a Portugal e ao seu torrão natal, concedendo-lhe, além disso, o título de Mestre da Ordem de Santiago.

Existe muita lenda nesta estória onde são várias as incongruências.
___________________________

A Freguesia de Azambujeira no presente e no passado, Albertino Henriques Barata, in Correio do ribatejo de 12 de Novembro de 1976

Boletim da Junta de Província do Ribatejo - 1937 / 40

Rio Maior - Importante e pitoresco concelho ribatejano, in Vida Ribatejana - 1950

Diccionario Chorographico de Portugal Continental e Insular, Vol. II, 1930, pp 1183,1184