sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Xavier do Monte

(PUBLICADO NO CORREIO DO RIBATEJO DE 27 DE FEVEREIRO DE 2009)

Esta rubrica podemos considerá-la infinita tal o número de Figuras que pode ser referido numa área geográfica tão vasta.

Num destes dias e a fim de nos podermos documentar para um pequeno escrito que estamos a organizar dirigimo-nos à biblioteca local para efectuarmos algumas consultas, principalmente na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira que, digam o que disserem e apesar de algumas desactualizações é uma fonte de informação geral que não reconheço outra igual.

Ao fazermos a nossa busca, apareceu-nos esta Figura Escalabitana que desconhecíamos totalmente e que considerámos com algum importância.

Dos autores que conheço e penso que são os principais que se dedicaram a compilações deste tipo, nenhum a refere, possivelmente pela importância ser relativa.

Depois desta pequena informação que não indica as datas do nascimento nem do falecimento, procurámos nos actuais meios tecnológicos mais informação, mas a verdade é que o pouco que aparece é praticamente aquilo que a Grande Enciclopédica Portuguesa e Brasileira nos fornece.

Penso que transpor para este periódico os dados que recolhemos se justifica.

José Pedro Xavier do Monte nasceu em Santarém onde exerceu medicina e teria falecido depois de 1788, data do último livro que publicou e que se conhece.

Publica e tendo por base o seu saber científico, O homem médico de si mesmo, ou sciencia, e arte nova de conservar cada hum a si próprio a saúde, e destruir a sua doença... Lisboa, na Off. de António Vicente da Silva, 1760.

O título apresenta alguma curiosidade.

Em 1767 escreveu O Chumacinho Furtado, epopeia jocosa dedicada à Ilustríssima e Excelentíssima Senhora D. Ana Genovena Ferreira Nobre Rossi, por um Ermitão do Parnaso, (que constituía o seu pseudónimo), 1767.

A outro dos seus poemas deu o título:- Sapatos de Cetim Azul Ferrete, poema herói-cómico em seis cantos, por um Hortelão do Helicon (possivelmente outro pseudónimo que utilizou), dedicado à Excelentíssima Senhora D. Isabel Bernarda Xavier de Moura Latre, religiosa do Convento da Santa Clara de Santarém, 1769.

[Convento da Santa Clara em Santarém. Fins do séc.XIX, Foto Sequeira]

Conhece-se depois À feliz aclamação da Augustíssima Rainha Nossa Senhora D. Maria no trono da monarquia portuguesa, Lisboa Régia Off. Typográfica, 1777.

O último trabalho literário que se lhe conhece, também tem a ver com a terra onde nasceu e intitula-se: A Egidéa: poema ou a Historia da protentosa vida do grande Penitente S. Fr. Gil Portuguez... Offerece-a ao mesmo Santo como advogado contre sezões, e gota, hum Santareno devoto do seu Tumulo, e Veneráveis Relíquias, que se venerão incorruptas na própria Capella do Convento da sua mesma Ordem, na famosa e sempre Leal Villa de Santarém, Lisboa: na Off. de Simão Thaddeo Ferreira, 1758.

Há quem atribua este poema a Frei José do Espírito Santo Monte, franciscano, igualmente natural de Santarém, pregador e cantochanista de renome.

Foi o que conseguimos obter sobre esta Figura Escalabitana.

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Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira

Pequena nota
Recentemente, encontrei referências a esta Figura no Dicionário Bibliográfico Português, de Inocêncio Francisco da Silva, Tomo IV, 1860 que pouco adianta a não ser algumas considerações não lisonjeiras sobre o médico e escritor.