Há quanto tempo eu não escrevo uma MEMÓRIA DO MEU BAIRRO!
Tive que recorrer ao meu arquivo pessoal para me certificar!
A LXVI teve por título UM POETA e foi publicada em 13 de Abril de 2006! Já lá vão quase três anos!
A falta de publicação não tem a ver com a menor falta de interesse pela rubrica, mas sim pela falta de assuntos que venham à nossa memória.
Quem escreve principalmente sobre o passado, como acontece comigo, tem que encontrar assunto para o fazer, que aparece quando menos se espera. Salta o clique e o tema começa a germinar até dar origem a um pequeno escrito sobre o passado distante mas que a memória ainda conserva, se não com total rigor, pelo menos no que é fundamental.
Avô babado não tenho vergonha de o dizer, apesar da minha neta ainda não ter três anos, além daquilo que ela desejava, um tambor, resolvi comprar-lhe uma bicicleta com o argumento de que para o ano posso já não estar cá. Até agora não pensava nisso, mas pela idade ou pela presença da neta, já me vem muito ao pensamento.
Afinal eu não estou a escrever para falar da minha neta, mas sim de algo que me fez recuar cerca de sessenta anos.
Depois de escolhido o velocípede (tamanho, cor etc.) em casa da especialidade e não naquelas grandes que têm à porta para chamar a atenção, muitas vezes uns grandes “balões”com uns hieróglifos que desconhecemos, fomos efectuar o pagamento.
O balcão servia de montra para mostrar interessantes miniaturas de veículos de duas e três rodas, havendo um que me atraiu especialmente, prendendo a minha atenção. Tratava-se de um biciclo muito parecido com um que via circular lentamente no MEU BAIRRO e que levava toda a garotada atrás.
A roda dianteira é muito maior do que a traseira e é essa circunstância que define o biciclo.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhADgTwL-zLnyM1CbInp_gEBzhLHvTgY2WV23vblfeb-KDUpieD5n8zAOfSH0v0obX9s2jJsxreBEZx1q9qXkD02EKRFJ6qG8OFGQd2dNfLpGsD9sonBE_jbeW1JJZ86Gp0-72LUEj9hOFS/s200/Biciclo.jpg)
Não era muito frequente a sua aparição no MEU BAIRRO, pelo contrário, mas quando aparecia funcionava como dia de festa para a rapaziada que aos magotes o seguiam, isto enquanto estivesse no bairro porque a partir daí, a grande maioria, como a mim me acontecia, não tinha autorização dos pais para ir para a cidade, como na altura se dizia. O Bairro era o bairro, a Cidade a cidade!
Se a memória não me atraiçoa, o meu pai dizia-me que aquela bicicleta era propriedade de um meu tio-avô, que a alugava aos interessados.
Certamente haverá leitores que recordarão este quadro tão bem ou melhor do que eu.
Quando irá acontecer uma nova MEMÓRIA? Não faço ideia, é preciso que o clique apareça e faça faísca.