terça-feira, 4 de março de 2014

Luís Alberto Oliveira



Luís Alberto Oliveira nasceu em Coruche em 1880.

Seguiu a carreira militar. Era um bom esgrimista ,o que levou D. Carlos a chamá-lo para dar lições dessa arte ao filho mais novo, mais tarde D. Manuel II, pelos motivos que todos sabem.

Já como tenente, em 1912, é destacado para Angola no exercício das suas funções que exerce com profissionalismo e dignidade.

Incorporado no Corpo Expedicionário Português e já como capitão foi para França em 1917.

Regressa a Portugal por motivos de doença e com Sidónio Pais no poder, este nomeia-o Governador Civil de Coimbra desde Agosto de 1918 e Fevereiro de 1919.

Em Dezembro de 1930 é nomeado 1º Comandante do Batalhão de Caçadores 5, funções que cessa em Dezembro de 1937, altura em que passou à reserva.

Interrompe as funções que estava exercendo entre Abril de 1933 e Outubro de 1934 para exercer as funções de Ministro da Guerra, já major.


Alberto Oliveira pertencia à ala republicana militar-conservadora que não jogava bem com a ditadura salazarista a que tinham aderido outros militares com as mesmas características.

É por isso que as divergências com Salazar são manifestas e mesmo expressas publicamente, o que originou o pedido de demissão de Oliveira Salazar, acabando por Carmona reiterar-lhe a confiança. Claro que Luís Alberto Oliveira. foi substituído por Passos e Sousa.

Trabalhou para a construção das pontes da sua terra natal, já que as existentes eram provisórias e de madeira maltratadas e destruídas várias vezes pelas cheias do Sorraia. Quando isso acontecia, as pessoas e mercadorias eram transportadas em barcaças.

Gen. Teófilo da
Trindade
A primeira, a que deram o nome de General Teófilo da Trindade, penso que então Presidente da Junta Autónoma das Estradas, foi inaugurada em 16 de Agosto de 1930, tendo assistido à inauguração o Presidente da República.

Dois anos depois são inauguradas as restantes. O acesso de Coruche ao sul, leste e nordeste do país ficou assim bastante facilitado por acção deste coruchense que muito prezava a sua terra.

A construção das pontes teve, naturalmente, influência no leito do rio devido a assoreamentos que não existiam e a outros factos que fizeram surgir a Avenida marginal Luís de Camões e o jardim.

Montagem de telefones, canalizações de água ao domicílio e rede de esgotos parece que também tiveram a sua mão e daí lhe ter sido erguido um busto sobre pedestal em frente da Câmara Municipal, o que foi destruído no dia 18 de Março de 1975 por  gente que“viera de fora” (toda a gente sabe que não era de fora, era do concelho) montada em camionetas e tractores, comandados por um alferes vindo de Vendas Novas.(*)

Faleceu em 1956.
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Dicionário de História do Estado Novo, Fernando Rosas e J.M. Brandão de Brito, Vol. II, pp. 686, 687.

História de Portugal, O Estado Novo, 7 Vol.Dir. de José Matoso – Coord. de Fernando Rosas, p 166.