(PUBLICADO NO CORREIO DO RIBATEJO DE 30 DE AGOSTO DE 1991)
Dizia-nos o douto investigador scalabitano, o Dr., Virgílio Arruda, que a freguesia da Várzea destacava-se, de certa maneira, por ter sido residência de gente de linhagem.
A figura que hoje apresentamos, pertencia a essa estirpe.
Que se saiba, sem ser varzeense pelo nascimento, aqui lhe nasceu o filho que o substituiu no título. Ficou muito ligado à freguesia pelos bens que aqui possuiu e localmente, nos fins da década de sessenta ainda era possível encontrar quem o tivesse conhecido e dele falasse.
O Conde Fornos de Algodres, 3º desse título, nasceu a 26 de Julho de 1839 e faleceu a 2 de Janeiro de 1913.
De seu nome completo Manuel Nicolau d ` Abreu Castelo-Branco Cardoso de Melo, fidalgo da Casa Real, bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra.
Foi 4º filho do 2º Conde e da condessa sua mulher, mas primogénito à morte de seu pai.
Exerceu as funções de Governador Civil de Leiria.
[Palácio dos Condes em Santarém]
Casou em 13 de Janeiro de 1869 com D. Eduarda Henriqueta d´Abreu Castelo-Branco do Amaral e Sousa, sua prima e Viscondessa de Fornos de Algodres. Falecendo esta senhora em 18 de Janeiro de 1879, sem deixar sucessão, passa seu marido a segundas núpcias, casando em 14 de Agosto de 1880 com D. Maria d´Assunpção d´Almeida Correia Correia de S´s, filha de José Correia de Sá Benevides, fidalgo de geração e de sua mulher, D. Eugénia d´Almeida Soares Portugal Lencastre e Silva, filha-herdeira dos 5ºs Marqueses do Lavradio.
O título foi-lhe renovado por decreto de 13 de Dezembro de 1879 (D. Luís I).
D. Manuel de Melo foi presidente da Câmara Municipal de Santarém, e nessa qualidade assistiu à verificação da existência dos restos mortais de Pedro Álvares Cabral (1882) na Igreja da Graça, em Santarém.
[Quinta da Pimenteira, Várzea. Foto JV, 1985]
Do segundo casamento nasceu a 3 de Maio de 1885, nesta freguesia, José d´Almeida Castelo-Branco que veio a ser o 4º Conde do mesmo título e casou em Viana do Castelo a 8 de Junho de 1927, com sua prima co-irmã, D. Maria Rita Vaz Almada.
Usava o título por Alvará do Conselho de Nobreza de 29 de Novembro de 1946.
Os Condes de Fornos de Algodres foram proprietários das Quintas da Granja e da Pimenteira.
NOTAS
(1) - Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira.
(2) – Nobreza de Portugal, Vol. II, Lisboa, 1960.
(3) – Boletim da Junta Geral do Distrito de Santarém, 1936, pág. 169.