(PUBLICADO NO CORREIO DO RIBATEJO DE 19 DE NOVEMBRO DE 1999)
António de Oliveira Marreca, nasceu na Ribeira de Santarém a 26 de Março de 1805 e faleceu em Lisboa no dia 9 de Março de 1889, por isso com quase oitenta e quatro anos de idade.
Político coerente nas suas ideias base, activista e de esquerda. Economista de renome, considerado um dos primeiros da Europa, no seu tempo.
Foi professor de Economia Política no Instituto Industrial de Lisboa, em 1852, num período de acalmia política.
Exerceu o lugar de director da Biblioteca Nacional e de guarda - mor da Torre do Tombo (1861) e foi sócio da Academia Real das Ciências de Lisboa.
Muito jovem, ficou fascinado pelas ideias da Revolução de 1820.
Liberal e revolucionário, entrou em quase todas as conspirações contra o absolutismo pelo que foi preso pela polícia de D. Miguel, mas conseguiu evadir-se e refugiou-se em Londres. Aí, tomando contacto com as doutrinas inovadoras dos economistas ingleses da época, apurou a sua formação.
Com a vitória liberal em 1834, regressa à Pátria, sendo nomeado no ano seguinte director administrativo da Imprensa Nacional, onde procedeu à sua reorganização.
Em 1836 está no Setembrismo ao lado de Passos Manuel e dez anos depois entra na Junta Revolucionária de Lisboa que se opõe ao cabralismo.
Publicou em 1838 a mais importante das suas obras escritas: Noções Elementares de economia e Política.
Ajudou a fundar, em 1837, juntamente com Alexandre Herculano, o Panorama, órgão literário onde publicou, entre outros trabalhos de índole histórica, O Conde Soberano de Castela, Fernão Gonçalves (1844) que não concluiu. Merece igualmente a sua colaboração no campo económico, fazendo publicar trabalhos de reconhecido valor.
Entrou na revolta da Janeirinha, em Janeiro de 1868 e no ministério que então se constituiu, foi-lhe oferecida a pasta da Fazenda que não aceitou.
Aderindo ao Partido Republicano, foi presidente do seu primeiro directório, sendo o principal mentor da redacção do programa político, publicado em 1878. Defendia uma forma moderada de República em que a soberania do povo tenha maior extensão e as injustiças sociais estejam diluídas.
Em 1881 defendeu no Parlamento com intransigência a não entrega à Inglaterra da baía e território de Lourenço Marques.
Foi deputado em cinco legislaturas, merecendo a sua especial atenção os assuntos financeiros e económicos.
Colaborou na organização do Código Civil.
Prestou a sua colaboração, além do Panorama, na Ilustração, Jornal Universal, Revolução de Setembro, Revista Económica e no Ateneu, além de outros.
Publicou diversos trabalhos sobre economia política.
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Dicionário Ilustrado da História de Portugal, Publicações Alfa.
Dicionário Bibliográfico Portiguês, Inocêncio Francisco da Silva, 1858.
Dicionário de História de Portugal, Dir. de Joel Serrão.
Santarém no Tempo, Virgílio Arruda.