segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Joaquim Luís Gomes



Joaquim Luís Gomes nasceu em Santarém a 19 de Novembro de 1914 e faleceu em Lisboa no dia 23 de Julho de 2009, tendo ficado sepultado no cemitério de Benfica em Lisboa.

Revelando muito cedo propensão para a música, aos 18 anos entrou para o Batalhão de Caçadores 5, onde tocava clarinete e se manteve oito anos.

Tirou os cursos superiores de composição, harpa e clarinete do Conservatório Nacional de Lisboa. Foi harpista solista da Banda da G.N.R, onde ingressou em 1940 e regente da Banda da Companhia Carris de Ferro de Lisboa e maestro da Orquestra Típica Scalabitana da sua terra natal.

Também trabalhou na Emissora Nacional onde foi produtor de programas musicais. Conheceu grandes êxitos como compositor de música ligeira.

Trabalhou com artistas como Amália Rodrigues, Maria de Lourdes Resende, Maria Clara, Francisco José, Rui de Mascarenhas, Tony de Matos, Carlos do Carmo, Fernando Tordo, Simone de Oliveira e muitos mais.

Foi o orquestrador da canção Desfolhada Portuguesa que Simone de Oliveira interpretou no Festival da Canção. Orquestrou, igualmente, “Grândola vila morena”.

Entre as suas obras destacam-se uma Sonata para piano; Suite Infantil, para orquestra; Concertina, para harpa e orquestra; Olhos Verdes, partitura que obteve o 1º Prémio (Caravela de Ouro) no Festival da Canção Latina, em Génova.

É autor do fundo musical dos filmes Nun `Alvares, Herói e Santo; Madeira, Pérola do Atlântico, Canção de Embalar , Justiça dos Céus e Passagem de Nível.

Escreveu obras para orquestra sinfónica, harpa e piano, com destaque para "Pérolas Soltas", "Abertura Scalabitana", "Abidis", "Sonata em Mi Bemol" (para piano) e "Mar Português.

Dirigiu festivais da canção em Portugal, Inglaterra, Brasil e Espanha, em vários dos quais foram interpretadas canções que ele próprio compusera e orquestrara.
A Sociedade Portuguesa de Autores, de que era associado desde 1937, descreve-o como "uma das figuras mais marcantes da música portuguesa no século XX".

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Santarém no tempo, Virgílio Arruda, 1971.

Quem é quem – Portugueses Célebres, Círculo dos Leitores, 2008.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

José António da Silva Torres Ponce de Leão - Visconde da Serra do Pilar

Nasceu em Santarém a 16 de Março de 1782 e é lá que falece aos 66 anos.

Escolhendo a carreira das armas, assentou praça no Regimento de Cavalaria nº 1 em 1800. Era alferes em 1805, tenente em 1809 e capitão no ano seguinte. Promovido a major em 1814, a tenente-coronel em 1820 e a coronel em 1821.

Na Guerra Peninsular tomou parte nas batalhas de Albuera, Salamanca, Vitória e Pamplona.

Perfilhando as ideias liberais, quando o infante D. Miguel provoca o movimento militar conhecido pela Vilafrancada e quando comandava o Regimento de Cavalaria 2, no Alentejo, desloca-se para Santarém no sentido de fazer frente às tropas afectas a D. Miguel.

É perseguido pelas suas ideias liberais, chegando mesmo a estar preso por isso no Forte de Peniche.

Toma parte no embate da Cruz de Marouços e noutros recontros da mesma época.

Vê-se obrigado com outros correligionários a embarcar no Belfast emigrando para Inglaterra. Depois reúne-se aos liberais na ilha Terceira, único baluarte dos Constitucionais. Aí, comandando uma coluna ganha a batalha do Pico do Celeiro derrotando uma guerrilha miguelista, resultando, assim, a posse total da ilha por parte dos liberais.

Foi membro da Junta Provisória e governador do Castelo de S. João Baptista.

Santarém. Praça Visconde Serra do  Pilar
. Guache  de Vitor Faria
Regressou ao continente com a expedição do Mindelo, tomando parte no cerco do Porto. Bate-se em Ponte Ferreira e Souto Redondo.

Substituiu Sá da Bandeira, defendendo a posição estratégica da Serra do Pilar desde 8 de Setembro de 1832 a 25 de Novembro do ano seguinte, batendo-se com firmeza e galhardia. Destroçou as forças inimigas em Sto. Tirso e na Lixa, entrando em Amarante.

Em Agosto de 1833 vem para Lisboa, sendo encarregado de fortificar a Torre de Belém.

Foi encarregado do Governo Militar da província do Douro e interinamente da do Minho.

Foi Par do Reino, tenente-rei da Torre de Belém e mais tarde nomeado marechal - de - campo e tenente - general.

Entre várias condecorações possuía a Cruz de Ouro das Campanhas da Guerra Peninsular.

Foi agraciado com o título de 1º e único Barão do Pico do Celeiro por D. Maria II em 4 de Abril de 1833 e depois feito, em recompensa dos serviços prestados, Visconde da Serra do Pilar, também pela mesma rainha, em 1 de Dezembro de 1834.

Era filho de Lázaro da Silva Torres, Cavaleiro da Ordem de Cristo e Correio-Mor da Vila de Santarém e de D. Feliciana Rosa de Oliveira.

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Resenha das Famílias Titulares do Reino de Portugal, Imprensa Nacional, 1838.

Enciclopédia Histórica de Portugal, Dir. de Duarte de Almeida, Volume 11, Edição Romano Torres, 1938.

Santarém no Tempo, Virgílio Arruda, 1971.

Monumentos e Lendas da Santarém, Zephyrino N. G. Brandão, David Corazzi, Editor, Lisboa, 1883.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Ant%C3%B3nio_da_Silva_Torres